Putin indicou que não há uma nova mobilização de reservistas, após anunciar a convocação de até 300 mil soldados em setembroAFP

Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, descartou nesta sexta-feira, 14, o lançamento imediato de novos bombardeios massivos contra a Ucrânia, assim como a expansão da mobilização de tropas anunciada há três semanas após a recuperação de territórios por militares ucranianos.
Putin garantiu, em entrevista coletiva no Cazaquistão, que o objetivo da ofensiva militar lançada pela Rússia em 24 de fevereiro não é "destruir a Ucrânia". "No imediato, não são necessários novos ataques massivos. Atualmente existem outros objetivos. Por enquanto. Veremos depois", declarou ao final de uma cúpula regional.
"Não é legal o que está acontecendo agora, mas [se a Rússia não tivesse iniciado sua ofensiva na Ucrânia], estaríamos na mesma situação um pouco mais tarde, só que as condições teriam sido piores para nós. Então, estamos fazendo tudo certo", assegurou.
A Rússia lançou bombardeios maciços em várias cidades ucranianas na segunda-feira, danificando infraestrutura elétrica e áreas residenciais, em retaliação à explosão de dois dias antes que danificou a ponte da Crimeia, ataque pelo qual Moscou culpa os serviços secretos ucranianos.
O presidente russo também indicou que não prevê uma nova mobilização de reservistas. Explicou que 222 mil soldados, dos 300 mil esperados, já foram recrutados, e que 16 mil já estão em "unidades envolvidas no combate".
"Não há mais nada planejado. Nenhuma proposta foi recebida do Ministério da Defesa e não vejo necessidade de fazê-lo no futuro próximo", disse Putin.
O presidente russo acrescentou que planeja concluir o recrutamento anunciado "em quinze dias". "A linha de frente tem 1.100 km de extensão, então é quase impossível mantê-la exclusivamente com tropas formadas por militares contratados", argumentou o presidente russo.
Após o anúncio, há três semanas, da mobilização "parcial" das tropas, dezenas de milhares de russos fugiram do país.
Putin disse estar "aberto" a negociações com a Ucrânia e à mediação de países como Turquia e Emirados Árabes Unidos, e criticou as autoridades ucranianas por se recusarem a conversar com ele.