Palestinos armados participam do funeral de Abdullah al-AhmadJAAFAR ASHTIYEH / AFP
Dois palestinos morrem durante operação do exército israelense na Cisjordânia ocupada
Uma das vítimas era um médico; outras cinco pessoas ficaram feridas durante a ação militar
Dois palestinos morreram nesta sexta-feira (14) durante uma operação do exército israelense na cidade de Jenin, na Cisjordânia ocupada, um setor que é cenário de grandes tensões nos últimos meses. Uma das vítimas era o médico, Abdallah Al-Ahmad. Segundo o o ministério palestino da Saúde, ele foi atingido por um tiro na cabeça disparado por um soldado israelense em frente ao hospital de Jenin e não resistiu ao ferimento.
O primeiro-ministro palestino Mohamed Shtayé condenou um "assassinato" que ocorreu, segundo ele, quando o médico tentava auxiliar outro palestino, identificado pelo ministério como Mateen Debaya, que acabou morrendo também.
A ala militar do movimento Al Fatah indicou que o médico era um "comandante" do grupo e que foi morto durante "confrontos armados" com as forças israelenses. Outras cinco pessoas ficaram feridas na operação, segundo o ministério palestino.
As forças de segurança do Estado hebraico utilizaram munição letal em confrontos com palestinos no campo de refugiados de Jenin, afirmou a agência oficial palestina Wafa. O exército israelense anunciou uma operação durante a qual alguns soldados foram alvos de tiros.
Durante a operação, um membro do movimento islamita armado Hamas, Diaa Salama, "responsável por ataques recentes contra as forças de segurança e (que) planejava outros", foi detido, segundo a mesma fonte. Outras pessoas foram detidas nesta sexta-feira em Jenin e em outros pontos da Cisjordânia, afirmou o exército.
"O sangue de nossos mártires alimentará uma nova Intifada", disse o movimento Hamas, que está no poder na Faixa de Gaza.
A violência aumentou nos últimos meses no norte da Cisjordânia ocupada, em particular em Nablus e Jenin, onde o exército israelense multiplicou as operações em resposta a ataques mortais contra israelenses no início do ano. As operações deixaram mais de 100 palestinos mortos, o número mais elevado na Cisjordânia em sete anos, segundo a ONU.
No sábado passado, dois adolescentes palestinos morreram durante um ataque em Jenin. Na segunda-feira, um menino de 12 anos faleceu devido aos ferimentos sofridos em uma operação militar no mês passado, de acordo com o ministério palestino da Saúde. Atualmente, as forças israelenses procuram as pessoas que mataram dois soldados em incidentes na semana passada.