O chefe da Igreja Católica, Papa Francisco, fez uma declaração, considerado racista, sobre a atuação da Rússia na guerra contra a Ucrânia. Segundo a fala do pontífice em entrevista à revista jesuíta America, os soldados que não são cristãos que estão a serviço da Rússia são mais cruéis em combate do que os seguidores da religião ortodoxa.
"De forma geral, os mais cruéis são talvez aqueles que são da Rússia, mas não da tradição russa, como tchetchenos, buriatos e assim por diante", afirmou Francisco, o qual é um jesuíta. A Tchetchênia possuí uma população majoritariamente muçulmana, como aponta o próprio governo local, um dos mais agressivos aliados ada Rússia de Putin.
Outro povo citado pelo Papa são os da região da Buriácia, república siberiana em que cerca de 20% da população são adeptos ao budismo tibetanos, além de uma parte ser seguidores de crenças xamanistas tradicionais dos mongóis.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, declarou em publicação feita no Telegram que a fala de Papa Francisco ultrapassou os limites da "russofobia", sendo uma "perversão em um nível que não se sabe nomear". Ela ainda completa dizendo que tais nações são "uma só família".
Ao analisarmos a Rússia, podemos ver um caráter mais eslavo e ortodoxo na parte localizada na Europa. Entretanto, olhando para os 95 entes federais, cerca de 40% do país são seguidores da religião ortodoxa, contra 6,5% de muçulmanos e 6,5% de cristão, correspondendo as principais minorias.
Não é a primeira vez que o Papa criticou a ação russa sobre a Ucrânia. Em agosto, o pontífice já havia rezado para o país ao fim da tradicional cerimônia do Angelus. Na ocasião, ele disse: "quero chamar atenção sobre a grave crise humanitária que atinge a Somália e algumas zonas dos países limítrofes. As populações dessas regiões, que já vivem em condições muito precárias, estão agora em perigo mortal por causa da seca. Desejo que a solidariedade internacional possa responder eficazmente a tal emergência".
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