O Papa Francisco tem defendido incansavelmente a paz desde o início da invasão russaAFP

Roma - O Papa Francisco não conteve as lágrimas ao falar da guerra que afeta a "martirizada" Ucrânia desde a invasão da Rússia, em fevereiro. Por ocasião da tradicional cerimônia de homenagem à Virgem Maria na festa da Imaculada Conceição, o pontífice visitou a Praça da Espanha, no Centro de Roma, Itália, e rezou diante do monumento à Virgem.
"Virgem Imaculada, hoje gostaria de lhe trazer o agradecimento do povo ucraniano...", disse ele, lendo seu discurso, antes de parar emocionado.
Com o corpo trêmulo, Francisco ficou em silêncio por alguns segundos, e então a multidão o aplaudiu calorosamente. Em seguida, retomou a fala, apoiando-se no braço da cadeira, mas permanecendo de pé, "o agradecimento do povo ucraniano pela paz que há muito tempo pedimos ao Senhor. Ao invés, devo lhe apresentar a súplica das crianças, dos idosos, dos pais e das mães, dos jovens daquela terra martirizada", continuou com a voz embargada pela emoção.
"Olhando para ti, que és sem pecado, podemos continuar a acreditar e esperar que o amor vença o ódio, que a verdade vença a falsidade, que o perdão vença a ofensa e que a paz prevaleça sobre a guerra. Assim seja!", concluiu.
Em sua oração pública do Angelus na Praça de São Pedro, o papa já havia evocado "o desejo universal de paz, especialmente para a martirizada Ucrânia que tanto sofre".
O pontífice argentino tem defendido incansavelmente a paz desde o início da invasão russa, um tema que ele cita regularmente em seus discursos. Em entrevista publicada no final de novembro pela revista jesuíta americana America, o papa havia denunciado a "crueldade" que a Ucrânia enfrenta diante da ofensiva russa.