O Ministério de Defesa da Rússia afirmou, nesta quarta-feira (4), que um dos fatores que facilitou o ataque ucraniano que causou a morte de 89 soldados foi o uso de celulares no abrigo utilizado pela tropa de Moscou.
Uma ofensiva do exército ucraniano que aconteceu na madrugada do dia 1° de janeiro atingiu uma escola técnica na cidade de Makiivka, região de Donetsk, onde um grupo de militares russos estavam abrigados.
De acordo com o Tenente General Sergei Sevryukov, a utilização dos dispositivos móveis por parte dos soldados da Rússia que estavam no local permitiu que as tropas de Kiev localizassem o local.
"As circunstâncias do incidente estão sendo investigadas por uma comissão. Mas já é óbvio que o principal motivo, apesar da restrição, foi o acionamento e uso massivo de celulares pelo pessoal dentro da área de alcance do poder de fogo inimigo. Este fator permitiu ao inimigo localizar o pessoal para lançar o ataque com míssil", afirmou em comunicado.
As Forças Armadas da Ucrânia lançaram seis foguetes durante o ataque. O lançamento foi feito por meio do Himars, Sistema Americano de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade.
Esse sistema pode lançar foguetes capazes de que atingir alvos a até 80 quilômetros de distância, e tem sido essencial para a bem-sucedida contra-ofensiva ucraniana dos últimos três meses de guerra.
"Dois foguetes foram interceptados por instalações de defesa aérea. Quatro foguetes com ogivas altamente explosivas atingiram o prédio onde o exército russo estava alojado. A detonação das ogivas dos foguetes HIMARS causou a destruição do teto e das paredes", informou o Ministério de Defesa da Rússia.
O Ministério da Defesa do Reino Unido destacou que o armazenamento de munições no local onde a tropa russa estava alojada, o que é considerado impróprio, pode ter potencializado as explosões e os danos causados pelo ataque.
"Dada a extensão dos danos, existe uma possibilidade realista de que as munições estivessem sendo armazenadas próximo ao alojamento da tropa, que detonou durante o ataque gerando explosões secundárias", publicou na conta oficial do Twitter.
"Os militares russos têm um histórico de armazenamento inseguro de munição bem antes da guerra atual, mas este incidente destaca como as práticas não profissionais contribuem para o alto índice de baixas na Rússia", complementou.
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