O Parlamento Europeu reforçou o apoio a Lula após os atos golpistas de 8 de janeiro e cobrou o fim do 'negacionismo' de BolsonaroAFP

Bruxelas - O Parlamento Europeu condenou, nesta quinta-feira, 19, com veemência o atentado contra os Três Poderes no Brasil no dia 8 de Janeiro, e manifestou o apoio aos "esforços em curso para garantir uma investigação rápida, imparcial, séria e eficaz" dos atos antidemocráticos. Em uma resolução não vinculante aprovada por 319 votos a favor, 46 contra e 74 abstenções, os deputados pediram explicitamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores a "aceitarem o resultado democrático das eleições" de outubro.
O documento expressa "solidariedade ao presidente eleito democraticamente Luiz Inácio Lula da Silva, seu governo e instituições brasileiras".
O texto também aponta as conexões "entre a ascensão do fascismo transnacional, o racismo, o extremismo e, entre outros, os acontecimentos ocorridos em Brasília" e o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos em janeiro de 2021.
Ele também menciona uma conexão com "as prisões em dezembro de 2022 relacionadas a um ataque planejado ao Bundestag (Parlamento) alemão".
No domingo, 8 de janeiro, milhares de apoiadores de Bolsonaro protagonizaram um ataque à Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde ficam o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.
A multidão invadiu os três prédios e causou enormes danos materiais em protesto pela vitória de Lula, considerando que a eleição foi fraudada para prejudicar Bolsonaro. Como resultado dos ataques, mais de mil pessoas foram detidas.
O Ministério Público apresentou na segunda-feira as primeiras denúncias ao Supremo Tribunal Federal contra 39 pessoas suspeitas de participação nos distúrbios.
Bolsonaro deixou o país no dia 30 de dezembro e seguiu para os Estados Unidos, onde curte férias na Flórida, para evitar a entrega do comando ao seu sucessor. O ex-presidente foi incluído no inquérito que apura os atos golpistas protagonizados em Brasília.