Papa FranciscoDivulgação

O papa Francisco afirmou neste sábado, 28, que quem criminaliza a homossexualidade está "equivocado". A declaração foi dada em uma carta em que esclarece a sua declaração da última quarta-feira, 25, quando disse que ser homossexual "não é crime (...), mas é pecado".
No documento publicado hoje e endereçado a um sacerdote jesuíta, Francisco assinalou que, na entrevista, queria "esclarecer que (a homossexualidade) não é crime, para enfatizar que toda criminalização não é boa nem justa".
"Quando disse que é pecado, simplesmente me referi ao ensino da moral católica que diz que todo ato sexual fora do casamento é pecado", escreveu.
O texto é uma resposta do pontífice argentino a uma carta do sacerdote americano James Martin, que pediu um esclarecimento sobre os comentários que o papa fez durante a entrevista com a agência de notícias Associated Press. 
O tema da homossexualidade provoca forte divisão na Igreja Católica entre modernistas e conservadores. A carta de Francisco foi escrita em espanhol e publicada pelo site Outreach, uma plataforma católica LGBTQIA+ da qual Martin é editor.
"Àqueles que querem criminalizar a homossexualidade eu diria que estão equivocados", escreveu o papa. "Como você pode ver, estava repetindo uma coisa geral. Deveria ter dito 'é pecado assim como todo ato sexual fora do casamento'."
Francisco inicia na próxima semana uma viagem à África, onde a criminalização da homossexualidade é comum. O papa passará pela República Democrática do Congo e Sudão do Sul durante a visita de seis dias ao continente.
Embora Francisco tenha recebido homossexuais e dado instruções para que eles sejam bem acolhidos dentro da Igreja, ele mantém-se em linha com a doutrina católica sobre o casamento, que corresponde à união de um homem e uma mulher.