Bogotá - O governo colombiano e os prefeitos das principais cidades ofereceram dinheiro em troca da entrega de pistolas e fuzis, em meio a uma "campanha nacional de desarmamento" anunciada na noite de segunda-feira (6) pelo Ministério do Interior.
"O caminho a seguir contempla uma campanha de desarmamento, liderada pelo presidente da República e pelos prefeitos, por meio de uma estratégia conjunta que contemple a possibilidade de fazer ofertas de pagamento por armas", disse o ministério em comunicado, sem aprofundar os detalhes da implementação desta política.
O anúncio foi feito ao final de um conselho de segurança com representantes do governo, comandantes militares e os prefeitos de Bogotá, Medellín, Cali, Barranquilla e Cartagena.
Na sede presidencial, o ministro do Interior, Alfonso Prada, afirmou que o objetivo da campanha é "combater a criminalidade de rua e o crime organizado nos centros urbanos".
Para isso, será amparada na chamada Lei da "Paz Total", aprovada em novembro passado pelo Congresso, de maioria governista. Com ela, o presidente Gustavo Petro pretende desmantelar as gangues criminosas e negociar a paz com guerrilheiros, traficantes de drogas e grupos de origem paramilitar, visando a desmantelar o conflito armado de mais de meio século no país.
No poder desde agosto, o presidente Petro propôs o fim da emissão de licenças especiais para porte de armas, embora a iniciativa ainda não seja uma realidade.
Segundo a organização Small Arm Survey, em 2017 havia 4,9 milhões de armas de fogo nas mãos de civis na Colômbia. Pelo menos 4,2 milhões seriam ilegais, em um país de 50 milhões de habitantes.
A partir desta semana, o primeiro governo de esquerda da Colômbia apresenta ao Legislativo um pacote de projetos de lei que contém mudanças substanciais na saúde e na estrutura carcerária.