Morte de professora em escola católica chocou os moradores da pequena Saint-Jean-de-Luz, na FrançaAFP

Saint-Jean-de-Luz - Uma professora de uma escola católica francesa morreu nesta quarta-feira, 22, depois de ser esfaqueada por um aluno na sala de aula em Saint-Jean-de-Luz, sudoeste do país. De acordo com o promotor responsável pelo caso, o suposto agressor tem 16 anos e foi detido. A vítima lecionava espanhol e tinha 52 anos.
Segundo a mídia local, o aluno declarou que estava "possuído" e que ouviu vozes. "Neste momento, nada aponta para uma pista terrorista. Claramente o autor tem transtornos psicológicos", disse à AFP uma fonte próxima ao caso.
O incidente aconteceu no meio da manhã no instituto católico Saint-Thomas d'Aquin, de cerca de 1.100 alunos. "Eu o vi na frente da professora. Ele estava muito tranquilo. Aproximou-se dela e enfiou uma faca grande no peito dela, sem dizer nada", disse Inés, 16 anos, ao deixar o local.
"Não sabíamos o que fazer. Um aluno abriu a porta e todos nós saímos. Fugi do instituto e o pai de uma amiga veio me buscar, não me senti segura na escola", acrescentou.
"Eu realmente não conheço esse garoto, estamos apenas na mesma aula de espanhol, mas nunca houve um problema entre ele e a professora na sala", afirmou.
Segundo um correspondente da 'AFP', os alunos das outras salas ficaram confinados por aproximadamente duas horas, antes de deixarem a escola ao meio-dia. Esta é a primeira vez que um professor é morto durante o trabalho na França desde o assassinato do professor de história Samuel Paty, em 16 de outubro de 2020 na região de Paris.
Paty foi decapitado por um jovem refugiado russo de origem chechena, um islâmico radical, que o repreendia por mostrar caricaturas do profeta Maomé durante suas aulas. O ministro da Educação Pap Ndiaye viajou para Saint-Jean-de-Luz, onde fará uma conferência de imprensa.
No Twitter, mencionou uma "grande comoção" causada pelo assassinato desta professora e destacou que seus pensamentos estavam com "sua família, seus colegas e alunos". O governo demonstrou seu "apoio" à classe educadora através de seu porta-voz, Olivier Véran.
A deputada Sandrine Rousseau enviou uma mensagem de solidariedade aos familiares da vítima e aos "trabalhadores da Educação Nacional confrontados com condições de trabalho cada vez mais difíceis".
Os professores "estão na linha de frente de uma sociedade cada vez mais selvagem", tuitou Eric Ciotti, presidente do partido de direita Os Republicanos, e pediu para "revisarem a graduação das penas para menores".
Ataques contra professores são frequentes na França. Nos últimos 40 anos, menos de doze foram mortais. Em julho de 2014, uma professora de 34 anos foi morta a facadas pela mãe de uma aluna em uma escola em Albi (sul).
 
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