Biden e Scholz em visita do presidente americano à Alemanha, em junho de 2022Tobias Schwarz / AFP
Destinada a "reafirmar os laços profundos de amizade" entre os dois países, segundo a Casa Branca, esta é a segunda visita do governante alemão a Washington desde fevereiro de 2022, e provocou a ira do Kremlin, que afirmou que novos fornecimentos de armas para Kiev conseguirão apenas "prolongar" o conflito na Ucrânia.
"Notamos que os Estados Unidos continuam sua política de aumentar as entregas de armas para a Ucrânia e convencer seus protegidos a fazerem o mesmo", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta sexta-feira.
A Casa Branca já anunciou que os Estados Unidos vão enviar um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, consistindo, principalmente, em munições.
O chanceler alemão será recebido às 19h GMT (16h no horário de Brasília) no Salão Oval da Casa Branca.
A ausência de uma entrevista coletiva conjunta levantou questões sobre a persistência das tensões que surgiram, recentemente, sobre a entrega de tanques alemães à Ucrânia.
Tensões
Para Hebestreit, as relações entre Estados Unidos e Alemanha são “muito boas”, apesar dos altos e baixos gerados desde que Joe Biden assumiu o poder.
Em resumo, os dois aliados se esforçam para mostrar que estão sintonizados, após vários episódios de atrito que vão da oposição de Biden ao projeto do gasoduto Nord Stream 2 entre Alemanha e Rússia, aos grandes investimentos americanos na indústria verde, passando pela questão dos tanques.
A Alemanha finalmente concordou, em 26 de janeiro, em enviar um número significativo de seus tanques Leopard, dando uma nova dimensão ao apoio militar à Ucrânia.
Os Estados Unidos também prometeram enviar blindados, um anúncio que deu origem a várias interpretações nos últimos dias. Washington deu sinal verde com o único propósito de acabar com a relutância alemã em enviar tanques, admitiu o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, no domingo (26).
China
Os motivos de tensão entre Washington e Pequim se multiplicaram recentemente, desde que um balão chinês, que o governo Biden acredita ser de espionagem, foi derrubado em território americano.
Os Estados Unidos também acusam a China de considerar enviar armas à Rússia para ajudá-la em sua ofensiva contra a Ucrânia, algo que Pequim nega.
Na quinta-feira (2), Scholz fez um pedido explícito na tribuna do Bundestag, o Parlamento alemão: "não forneçam armas ao agressor russo".
O encontro entre Biden e Scholz oferece, assim, "uma oportunidade valiosa para enviar um sinal claro e persuasivo à China", resumiu o ex-diplomata americano Jeffrey Rathke.
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