O bilionário empréstimo avalizado pelo BC da Suíça tranquiliza o mercado após o Credit Suisse registrar a pior sessão da históriaAFP
Na manhã desta quinta, o título do banco registrava alta de 22,30% na Bolsa de Zurique, a 2,07 francos suíços, depois de registrar o mínimo histórico de 1,55 franco na quarta-feira, quando a ação do Credit Suisse desabou 24,24%.
O banco também anunciou uma série de operações de recompra de títulos da dívida por quase 3 bilhões de francos suíços, cerca de R$ 17 bilhões.
Após um silêncio muito questionado no início da semana, o Banco Central suíço e a Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro do país anunciaram uma ajuda ao CS na quarta-feira.
"O Credit Suisse atende às exigências em matéria de capital e liquidez impostas aos bancos de importância sistêmica", afirmaram o Banco Nacional Suíço (BNS, banco central), e a Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro (Finma), em comunicado conjunto.
"Em caso de necessidade, o BNS colocará liquidez à disposição do Credit Suisse", acrescentaram as instituições.
O colapso do Credit Suisse aconteceu poucos dias após a falência do banco californiano Silicon Valley Bank (SVB) após uma onda de saques em larga escala de clientes, o que deixou o estabelecimento em dificuldades para manter o fluxo por conta própria.
Mas ao contrário do SVB, o CS integra o grupo de 30 bancos internacionais considerados muito importantes para quebrar, o que também impõe regras mais rígidas para resistir aos abalos do mercado.
A preocupação supera as fronteiras da Suíça. O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos afirmou que estava "monitorando a situação e em contato com as autoridades internacionais".
Acúmulo de reveses
"Mas levará tempo para recuperar totalmente a confiança", acrescentou.
O colapso da ação do Credit Suisse acelerou na quarta-feira após a recusa de seu principal acionista, o Banco Nacional Saudita, a ampliar sua participação no capital.
Questionado pela 'Bloomberg TV' se o banco saudita poderia investir mais dinheiro, seu presidente, Amar Al Judairy, disse: "A resposta é absolutamente não, por várias razões cada vez mais simples, que são regulatórias e estatutárias".
Os sauditas possuem, hoje, 9,8% do banco suíço. "Se passarmos de 10%, uma série de novas regras entra em vigor", alegou.
Os sauditas se tornaram os maiores acionistas da CS durante um aumento de capital efetuado em novembro para financiar uma grande reestruturação da entidade.
O banco está em dificuldades há dois anos, após a falência da empresa financeira britânica Greensill, que marcou o início de uma série de escândalos que enfraqueceram o CS.
Alguns acionistas acabaram jogando a toalha, como o fundo de investimentos americano Harris Associates, um de seus apoios mais importantes e que revelou, na semana passada, ter vendido toda sua participação no Credit Suisse.
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