Primeira-ministra da Finlândia, Sanna MarinReprodução: redes sociais
Sanna Marin perde eleição para conservadores na Finlândia
A participação na votação foi de 71,9%, semelhante ao pleito anterior em 2019
A centro-direita venceu as eleições gerais na Finlândia neste domingo, 2, e substituirá os social-democratas liderados pela primeira-ministra em fim de mandato, Sanna Marin, depois de uma votação muito apertada. No pleito, os ultranacionalistas também superaram o partido da situação e conseguiram um resultado recorde que pode lhes dar voz no próximo governo.
Com 5,5 milhões de habitantes, a Finlândia se junta à onda nacionalista que afeta a Europa, após a ascensão dos conservadores ao poder na vizinha Suécia e a vitória da extrema direita na Itália. As eleições ocorrem apenas alguns dias depois que a Turquia deu luz verde na quinta-feira, 30, à sua entrada na Otan, levando à maior mudança na política externa pacifista da Finlândia.
"É uma grande vitória", comemorou Petteri Orpo, 53, ex-ministro e líder da Coligação Nacional, vencedora do pleito, diante dos aplausos de apoiadores. "Vamos iniciar negociações para um governo na Finlândia", acrescentou Orpo, que tem a opção de formar uma aliança de esquerda com o Partido Social Democrata (SDP) de Marin ou o Partido dos Finlandeses de Riikka Purra, anti-imigração e eurocéticos.
De acordo com os resultados quase definitivos, após apuração de 98% dos votos, o partido de centro-direita ficou em primeiro lugar com 48 dos 200 assentos do Parlamento, à frente do Partido dos Finlandeses, que conquistou 46 assentos, e dos social-democratas, que ficaram com 43.
Apesar de ter superado o desempenho de 2019 e ser, de acordo com as pesquisas, a primeira-ministra mais popular do século na Finlândia, Marin não conseguiu garantir deputados suficientes no Parlamento para manter a liderança do governo.
A primeira-ministra, que se tornou a chefe de governo mais jovem do mundo ao ser eleita aos 34 anos, reconheceu sua derrota neste domingo. "Parabéns ao vencedor das eleições, parabéns à Coligação Nacional, parabéns ao Partido dos Finlandeses, a democracia falou".
"Isso nos deixou orgulhosos. Antes, as pessoas riam de nós, éramos considerados um partido da velha escola", disse Mo Shimer, um ativista do SDP de 26 anos.
A participação nas eleições de domingo, foi de 71,9%, semelhante às eleições anteriores em 2019.
Tradicionalmente, a formação com mais apoio entre os oito principais partidos do Parlamento costuma reivindicar o cargo de primeiro-ministro e tentar formar um governo. Desde a década de 1990, esse partido sempre ocupou o cargo de premiê.
Resultado histórico da extrema direita
A diferença entre os três partidos foi mínima: 20,8% para a centro-direita, 20,1% para a extrema direita e 19,9% para o SDP de Marin. Recebida com gritos de "Finlândia! Finlândia!", a líder de extrema direita Riikka Purra comemorou diante de seus apoiadores o "melhor resultado eleitoral" da história do partido nacionalista.
Há mais de 20 anos na vida política finlandesa, a extrema direita bateu seu recorde de 2011, quando conseguiu 19,05% dos votos.
A Finlândia, com 5,5 milhões de habitantes, poderá assim juntar-se à onda nacionalista que varre a Europa, após a ascensão dos conservadores ao poder na vizinha Suécia e a vitória da extrema direita na Itália.
Seriedade fiscal e Otan
Com o caminho livre para se tornar o novo primeiro-ministro após a vitória eleitoral deste domingo, Petteri Orpo é um ferrenho defensor do rigor orçamentário, que se tornou sua prioridade número um.
Em uma Finlândia já membro extraoficial do clube dos "frugais", os países da União Europeia preocupados com o rigor orçamental, a chegada ao poder de Orpo pode provocar algumas faíscas com outros sócios em Bruxelas num momento de quebra de paradigmas sobre gastos públicos.
Formar um governo tradicionalmente leva várias semanas ou até meses. Assim, Marin permanecerá no cargo de premiê interinamente na próxima semana, quando a Finlândia ingressar oficialmente na Otan.
A eleição não muda nada do ponto de vista da aliança militar: todos os principais partidos, incluindo os ultranacionalistas, são a favor da adesão desde a invasão da Ucrânia pela Rússia. (Com agências internacionais).
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