Presidente da Ucrânia, Volodymyr ZelenskyReprodução/AFP

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quarta-feira, 12, que as "feras" russas matam com "facilidade", após a divulgação de um vídeo que mostra a suposta decapitação de um prisioneiro de guerra ucraniano.
"Com que facilidade estas feras matam. Este vídeo da execução de um prisioneiro de guerra ucraniano... o mundo deve assisti-lo. Este é um vídeo da Rússia como ela é", afirmou Zelensky em uma mensagem publicada no Instagram.
"Isto não é um acidente (...) Isto já havia acontecido antes. Assim aconteceu em Bucha. Milhares de vezes", acrescentou, em referência ao subúrbio de Kiev que virou um símbolo das atrocidades atribuídas ao exército russo. "Penas de prisão para os assassinos, tribunal para o Estado do mal", disse.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, denunciou o vídeo, um "trecho horrível dos militares russos decapitando um prisioneiro de guerra ucraniano", e afirmou que a Rússia é "pior que o Estado Islâmico", uma organização extremista que filmava as execuções de seus reféns, geralmente por decapitação.
"Os terroristas russos devem ser expulsos da Ucrânia e da ONU e responsabilizados por seus crimes", escreveu no Twitter.
O vídeo, que tem duração de um minuto e 40 segundos e circula na internet desde terça-feira, 11, mostra um homem com roupa camuflada e o rosto coberto infligindo ferimentos no pescoço de outro, de uniforme, que está caído no chão e grita "isso dói!".
Após alguns segundos os gritos param e é possível ouvir um homem que está atrás da câmera incitando, em russo, o carrasco a "cortar a cabeça". Ele termina a decapitação com uma faca e mostra a cabeça para a câmera.
"Você deve colocar em uma sacola e enviar para o comandante", diz uma voz, em russo. A câmera também mostra o colete da vítima, que tem o tridente do brasão ucraniano e a imagem de um crânio.
O Kremlin pediu nesta quarta a verificação da autenticidade do vídeo. "Claro que são imagens horríveis", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov. Mas, "no mundo de 'fakes' em que vivemos, a autenticidade deste vídeo deve ser comprovada", acrescentou.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, Kiev e Moscou trocam acusações sobre crimes de guerra.