Xi Jinping e Putin APF
"Eu me pergunto por que até agora a China não incluiu um pedido ao agressor russo para parar a guerra", disse a chefe da diplomacia alemã em Pequim, em uma coletiva de imprensa ao lado do ministro chinês das Relações Exteriores, Qin Gang.
Segundo Baerbock, a recente visita do presidente chinês Xi Jinping a Moscou demonstra "que nenhum outro país tem mais influência sobre a Rússia que a China e que a decisão de usar essa influência afeta diretamente os interesses essenciais da Europa".
Em sua primeira visita ao gigante asiático, a ministra acredita que assim como o país trabalhou com sucesso para um equilíbrio pacífico entre o Irã e a Arábia Saudita, "queremos que a China pressione a Rússia para pôr fim de uma vez por todas a sua ofensiva e se engaje em uma solução pacífica para o conflito".
A China anunciou após a reunião que seu ministro da Defesa, Li Shangfu, viajará à Rússia no domingo, 16, e ficará até o dia 18 de abril.
A visita de Annalena Baerbock acontece uma semana depois do presidente francês, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também pedirem para que Pequim desempenhe um papel a favor da paz na Ucrânia.
A pressão internacional aumentou nas últimas semanas, a ponto da China intervir e levar a Rússia para a mesa de negociações.
Pequim se declara oficialmente neutra desde o início do conflito, sem nunca ter condenado a ofensiva russa nem adotado sanções contra Moscou.
Qin Gang afirmou nesta sexta que a "China sempre acreditou que a única maneira de resolver a crise ucraniana é promover a paz e as negociações".
A ministra alemã também foi firme no debate sobre Taiwan, onde as tensões aumentaram nas últimas semanas.
"Uma escalada militar no Estreito de Taiwan, por onde passa 50% do comércio mundial, seria um cenário catastrófico para o mundo inteiro", disse Baerbock. Qin Gang respondeu que "Taiwan pertence à China".
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