Policiais investigam tiroteio em festaReprodução de vídeo/G1

Pelo menos quatro pessoas morreram, e mais de 20 — a maioria adolescentes — ficaram feridas em um ataque a tiros durante uma festa de aniversário no Alabama, Estados Unidos, no último sábado, 15, em mais um caso de violência com armas de fogo no país.

O tiroteio aconteceu em um salão onde uma adolescente comemorava seus "Sweet 16"— festa similar à celebração dos 15 anos nos países latino-americanos.

Um buraco de bala ainda era visível, neste domingo, 16, na porta de vidro do prédio, cercado com as fitas amarelas de plástico usadas pela polícia para isolar cenas de crimes.

"Este ato custou tragicamente a vida de quatro pessoas e deixou muitos feridos", disse a jornalistas o sargento Jeremy Burkett, porta-voz da Agência de Cumprimento da Lei do Alabama (ALEA).

Burkett informou, posteriormente, que 28 pessoas ficaram feridas, algumas com gravidade, e pediu aos moradores para apresentarem qualquer informação que possa estar relacionada com o ataque. Mas não deu mais detalhes sobre como o ataque a tiros ocorreu ou por que, nem se algum suspeito havia sido detido.

Phill Dowdell, irmão da adolescente que fazia aniversário, está entre os mortos, disse sua avó, Annette Allen, ao jornal local Montgomery Advertiser. O jovem estava no último ano do ensino médio e se formaria em algumas semanas.

"Era um rapaz muito, muito tranquilo. Nunca se metia com ninguém. Sempre tinha um sorriso no rosto", disse Allen, referindo-se ao neto, que também jogava futebol.

O vizinho Hospital Comunitário Lake Martin recebeu 15 pacientes com ferimentos de bala, a maioria adolescentes, disse à AFP Heidi Smith, diretora de marketing da operadora do centro de saúde rural Ivy Creek Healthcare.

Seis dos pacientes tiveram alta e nove foram transferidos a estabelecimentos de atendimento especializado. Destes, cinco se encontravam em estado crítico, disse Smith. "Foi terrível", declarou.

A ALEA informou que foi aberta uma investigação em conjunto com a polícia de Dadeville e agências federais, incluindo o FBI.

Revoltante e inaceitável
O presidente Joe Biden disse que o país estava novamente de luto por jovens norte-americanos assassinados na violência armada.

"A que ponto chegou nossa nação, quando crianças não podem ir a uma festa de aniversário sem medo?", disse Biden, por meio de nota.

"As armas são a principal causa de morte de crianças nos Estados Unidos, e os números aumentam, não diminuem", acrescentou o presidente democrata. "Isto é revoltante e inaceitável", afirmou.

Os esforços para endurecer os controles das armas de fogo se deparam há anos com a oposição dos republicanos, ferrenhos defensores do direito constitucional ao porte de armas. A paralisia política perdura, apesar da indignação generalizada provocada pelos recentes ataques a tiros.

Os Estados Unidos, um país de 330 milhões de habitantes, tem cerca de 400 milhões de armas em circulação, e os ataques a tiros em massa letais são frequentes.

As mortes na festa de aniversário de sábado ocorreram no 16º aniversário do ataque a tiros mais letal em instituições de ensino registrado nos Estados Unidos: foi em 2007, quando 32 pessoas foram mortas por um estudante desequilibrado na Virginia Tech, uma instituição de ensino superior.

Em outro caso em separado, a polícia confirmou que duas pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas em um ataque a tiros, também na noite de sábado, em um parque lotado em Louisville, Kentucky. Nesta mesma cidade, o funcionário de um banco matou cinco pessoas na instituição em que trabalhava na segunda-feira.

Desde o começo do ano foram registrados 163 ataques a tiros em massa nos Estados Unidos, segundo a organização Gun Violence Archive. Este grupo define um ataque a tiros em massa quando há um mínimo de quatro mortos ou feridos, sem contar com o atirador.