Sarkozy foi concenado por tramar um acordo de corrupção com Azibert, procurador do Tribunal de CassaçãoAFP

O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, foi condenado a três anos de prisão domiciliar por corrupção e tráfico de influência no caso das "escutas telefônicas". O Tribunal de Justiça determinou que ele precisará usar tornozeleira eletrônica. O julgamento aconteceu nesta quarta-feira, 17.

Sarkozy, de 68 anos, que presidiu o país durante os anos de 2007 a 2012, tornou-se o primeiro ex-presidente da Quinta República Francesa condenado a prisão. Ele ainda perdeu os direitos políticos por três anos.

O ex-presidente começou a ser investigado em 2014, sobre um suposto financiamento durante a campanha eleitoral de 2007, quando foi eleito. Durante as apurações, foi descoberto uma linha telefônica chamada de "Paul Bismuth", utilizada por Sarkozy para conversar com o advogado Thierry Herzog.

Segundo as investigações, os dois tramaram um acordo de corrupção com Gilbert Azibert, procurador do Tribunal de Cassação, que os ajudaria em troca de um alto cargo em Mônaco.

Sarkozy queria que a Justiça devolvesse os diários presidenciais, apreendidos durante investigação sobre o abuso da fragilidade de Liliane Bettencourt, herdeira do grupo L'Oréal.
Azibert e Herzog também foram condenados a três anos de prisão por terem estabelecido um "pacto de corrupção" com Sarkozy em 2014. Ainda, o advogado não poderá exercer a profissão por três anos.

Segundo o Ministério Público da França, Sarkozy é alvo de outras investigações. O órgão pediu que ele seja julgado também pela suspeita de financiamento nas eleições de 2007, quando saiu vitorioso. A desconfiança é de que a campanha tenha sido financiada por Muammar Khaddafi, líder líbio falecido em 2011.