País vive uma entre exército e grupo armado clandestinoAshraf Shazly/AFP
Ataque aéreo de grupo paramilitar deixa 20 civis mortos no Sudão
Exército revidou ataque com bombardeios a sedes do grupo armado clandestino
O exército bombardeou neste domingo posições paramilitares em Cartum, capital do Sudão, horas depois das mortes de 20 civis, incluindo duas crianças, em um ataque aéreo contra um bairro residencial, informaram moradores e ativistas.
"O balanço dos bombardeios aéreos no bairro de Kalakla subiu para 20 civis mortos", anunciou o "comitê de resistência" do distrito, um dos grupos pró-democracia que, desde o início do conflito em abril, adotou sistemas para ajudar os vizinhos.
No sábado (2), o comitê informou que "11 civis mortos, incluindo duas crianças e uma mulher", estavam no necrotério de um dos últimos hospitais ainda abertos na capital. A organização afirmou que não foi possível transportar "muitos corpos, carbonizados e desmembrados pelo bombardeio".
A guerra, que explodiu em 15 abril entre o exército, liderado pelo general Abdel Fatah al Burhan, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), do general Mohamed Hamdan Daglo, provocou 5.000 mortos, segundo balanço - considerado muito subestimado - da ONG Armed Conflict Location & Event Data Project (Acled), e 4,8 milhões de deslocados e refugiados, de acordo com a ONU.
Várias testemunhas relataram à AFP que ouviram "tiros de artilharia e disparos de foguetes contra posições das FAR" na periferia norte da capital.
Em Cartum, os combates se concentram em bairros densamente povoados, onde milhões de habitantes enfrentam diariamente, há quase cinco meses, cortes no abastecimento de água e energia elétrica, além de um calor sufocante, bloqueados em suas casas para tentar evitar os tiroteios.
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