Cidade de Tafeghaghte foi uma das mais atingidas pelo terremotoX@antoniosantos56/Reprodução
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O terremoto, na noite de sexta-feira, teve uma magnitude de 6,8 segundo os serviços geológicos americanos, e de 7 segundo o centro marroquino de pesquisa científica e técnica. Foi o mais poderoso desde que começaram os registros modernos neste reino do norte da África.
O abalo sísmico deixou pelo menos 2.012 mortos e 2.059 feridos, dos quais 1.404 estão em estado muito grave, informou na noite de sábado, 9, o Ministério do Interior. "As autoridades públicas continuam mobilizadas para acelerar as operações de resgate e evacuação dos feridos", acrescentou em nota.
Neste domingo, muitos moradores foram aos hospitais da cidade para doar sangue às vítimas.
A cidade de Tafeghaghte, poucos quilômetros a oeste, foi praticamente destruída pelo sismo, cujo epicentro se localizou a apenas 50 quilômetros de distância. "Três dos meus netos (12, 8 e 4 anos) e a mãe deles morreram. Estão todos debaixo das ruínas", disse Omar Benhanna, de 72 anos. No sábado, muitos dos sobreviventes dirigiram-se ao cemitério para o enterro de cerca de 70 pessoas. grimas.
O reino decretou três dias de luto nacional no sábado e líderes de todo o mundo, desde Espanha e França a Israel e Estados Unidos, enviaram condolências a Rabat.
A Argélia, um país vizinho em conflito com Marrocos, abriu o seu espaço aéreo, fechado há dois anos, a aviões que transportam ajuda humanitária e resgatam os feridos.
O Banco Mundial afirmou que dará "todo o seu apoio" ao país.
"Enviaremos o que for necessário porque todos sabem que estas primeiras horas são cruciais, especialmente se há pessoas soterradas sob os escombros", declarou a ministra da Defesa, Margarita Robles, à televisão pública.
Outros países, como Estados Unidos, Itália, Reino Unido e Israel, também ofereceram a sua ajuda a Marrocos. O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou neste domingo que o seu país está pronto para "intervir" quando as autoridades marroquinas "considerarem necessário".
A Cruz Vermelha Internacional alertou que as necessidades do país são enormes e prevê "muitos meses e até anos de resposta". Na noite de sábado, canais de televisão marroquinos transmitiram imagens aéreas que mostravam cidades destruídas na região de Al Haouz, onde as construções são feitas de barro.
A poucos passos da Câmara Municipal de Marrakech, onde partes das muralhas da cidade do século XII estão danificadas ou parcialmente desabadas, algumas pessoas recolhiam os cobertores com que passaram a noite na rua. Maria, uma turista espanhola, passou a noite fora das ruas estreitas do centro histórico e preparou-se para "continuar a sua viagem normalmente" em direção a Fez, mais ao norte.
Além de Marrakech e regiões vizinhas, o tremor foi sentido em Rabat, Casablanca, Agadir e Easouira, onde muitos moradores abandonaram as suas casas em pânico no meio da noite.
Este é o terremoto mais mortal que atingiu este reino desde o terremoto que destruiu Agadir, na costa oeste, em 29 de fevereiro de 1960. Quase 15 mil pessoas morreram, um terço da população da cidade.
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