Grupo libanês Hezbollah apoia o Hamas na guerraJoseph Eid/AFP
O Irã, aliado do Hezbollah e do Hamas, alertou que o conflito poderia se agravar devido aos incessantes bombardeios de Israel contra a Faixa de Gaza, em resposta ao ataque das milícias islamitas contra seu território, que deixou mais de 1.400 mortos, segundo autoridades israelenses.
Desde 7 de outubro, a violência na fronteira entre Israel e Líbano deixou 40 mortos no Líbano, a maioria combatentes do Hezbollah, mas também quatro civis, incluindo um fotógrafo da agência de notícias Reuters. Do lado israelense, quatro pessoas morreram.
Por que o Hezbollah apoia o Hamas?
Segundo analistas, muito antes do ataque de 7 de outubro, Hamas e Hezbollah formaram uma "sala de operações conjuntas" com a Jihad Islâmica e a Força Al Qods, unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã, informou à AFP uma fonte próxima do Hezbollah, que pediu para ter sua identidade preservada.
Durante anos, estes grupos têm coordenado suas ações com outras facções palestinas, sírias e outras formações apoiadas pelo Irã, formando o "Eixo de Resistência".
Segundo o analista Michael Young, do Carnegie Middle East Center, o apoio do grupo xiita Hezbollah ao sunita Hamas se deve a que ideologicamente os dois coincidem em sua oposição a Israel.
De acordo com Young, o "eixo da resistência" sempre tentou "destacar que não é uma estrutura de natureza exclusivamente xiita". "O Hamas está no coração da questão palestina, que faz parte da identidade revolucionária do Hezbollah e do Irã", explica.
Quais são as capacidades militares do Hezbollah?
Desde a guerra de 2006 com Israel, o Hezbollah não teve presença militar visível na fronteira libanesa-israelense, em conformidade com uma resolução do Conselho de Segurança da ONU. No entanto, especialistas e relatórios dão conta de posições, túneis e trincheiras escavadas pelo movimento na região e por onde seus membros circulam.
Durante anos, seu líder, Hassan Nasrallah tem repetido que as armas de precisão, das quais o grupo dispõe são capazes de chegar, inclusive, a Ashdod, uma cidade costeira israelense, situada ao norte de Gaza.
Em meados de agosto, declarou que seu movimento precisava de "alguns mísseis de alta precisão" para destruir uma lista de alvos, incluindo aeroportos (...), centrais elétricas e de comunicações, e a central (nuclear) de Dimona".
O Hezbollah quer entrar na guerra de fato?
Imad Salameh, da Universidade Libanesa-americana (LAU), considera que o Hezbollah poderia intensificar seus ataques, embora não queira desviar a atenção do conflito entre o Hamas e Israel.
Para Michael Young, o objetivo do Hezbollah é, até o momento, "manter as tropas israelenses suficientemente afastadas de Gaza". Também poderia ter estabelecido o objetivo de "provocar medo de uma conflagração regional, o que geraria pressões dentro das Nações Unidas, e talvez inclusive dos Estados Unidos, para pedir um cessar-fogo", acrescentou.
Quanto à possibilidade de o Irã empurrar o Hezbollah para um confronto direto com Israel, Salameh e Young se declararam convencidos de que o "Irã não vai sacrificar o Hezbollah".
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