Ativista palestina Ahed Tamimi, de 22 anosDANIEL LEAL / AFP

A jovem ativista palestina Ahed Tamimi, de 22 anos, foi presa na madrugada desta segunda-feira (6) pelo Exército de Israel na Cisjordânia ocupada. Ícone da resistência palestina, Tamimi foi acusada de “incitação ao terrorismo”.

Segundo o Exército israelense, Tamimi foi detida em uma operação "destinada a deter indivíduos suspeitos de estarem envolvidos em atividades terroristas e de incitamento ao ódio", segundo a agência internacional de notícias RTP.

A ativista ficou mundialmente famosa aos 14 anos, em 2012, ao ser filmada mordendo um soldado israelense para tentar impedir a detenção do irmão mais novo. Em 2017, ela ficou detida por oito meses por ter dando tapas em dois soldados israelenses próximo à residência da sua família, em Nabi Saleh, na Cisjordânia Ocupada, enquanto pedia que eles fossem embora.

Em uma rede social, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Bem Gvir, publicou uma foto da ativista sendo presa e comemorou a detenção. “Tolerância zero com terroristas e apoiadores do terrorismo”, disse.
A prisão de Tamimi ocorre em meio a uma série de operações do Exército de Israel na Cisjordânia ocupada, após o ataque do grupo terrorista Hamas contra Israel, no dia 7 de outubro.

Desde o dia 7 de outubro, o número de palestinos assassinados por força de Israel na Cisjordânia chegou 141, incluindo 43 crianças. Outros oito palestinos foram mortos por colonos israelenses e dois israelenses foram mortos por palestinos, segundo informe do Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (Ocha).

O território da Palestina reconhecido internacionalmente é formado pela Faixa de Gaza, controlada pelo grupo terrorista Hamas, e pela Cisjordânia, controlada parcialmente pela Autoridade Palestina, entidade essa que, ao contrário do Hamas, é reconhecida por Israel e pela maior parte da comunidade internacional como o legítimo representante do povo palestino.