Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de IsraelAbir Sultan/ POOL / AFP

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descartou na quinta-feira (9) um cessar-fogo na guerra contra o grupo islamista palestino Hamas e afirmou que seu país não pretende governar nem ocupar a Faixa de Gaza ao final do conflito.
"Um cessar-fogo com o Hamas significa rendição", disse em entrevista ao canal americano Fox News, antes de explicar que não existe um "calendário" para a ofensiva militar. "Eu acredito que o Exército israelense está se saindo excepcionalmente bem", completou.
Israel prometeu "aniquilar" o Hamas depois que o grupo executou um ataque em seu território a partir de Gaza em 7 de outubro: 1.400 pessoas morreram, a maioria civis, e quase 240 foram sequestradas, segundo as autoridades israelenses.
Os bombardeios aéreos de represália e a ofensiva terrestre de Israel mataram mais de 10.800 pessoas em Gaza, a maioria civis e incluindo muitos menores de idade, segundo o Ministério da Saúde do território palestino controlado pelo Hamas.
Netanyahu disse na entrevista que Israel não tem planos de permanecer em Gaza a longo prazo. "Não buscamos governar Gaza. Não buscamos ocupá-la, mas queremos oferecer a ela e a nós um futuro melhor".
Questionado sobre seu plano para o futuro de Gaza, ele respondeu que o território empobrecido e bloqueado deve ser "desmilitarizado, desradicalizado e reconstruído".
"Teremos que encontrar um governo, um governo civil", acrescentou, sem explicar quem poderia integrar a administração.
O primeiro-ministro também afirmou que as tropas israelenses devem permanecer preparadas para entrar novamente em Gaza e "matar os assassinos". "Isto é o que impedirá o ressurgimento de uma entidade similar ao Hamas".
O ataque de 7 de outubro e o conflito posterior aconteceram quando Israel se aproximava de um acordo de paz com a Arábia Saudita, baseado nos chamados acordos de Abraão que normalizaram as relações com vários países árabes.
Netanyahu insistiu que o conflito não prejudicará o esforço diplomático e que as condições estariam "maduras" para retomar as negociações depois de Israel destruir o Hamas.