Enchente na cidade de Lajeado, no Rio Grande do Sul, que foi castigada pelas chuvasReprodução/Redes Sociais
Aquecimento global intensifica mais as chuvas torrenciais do que se acreditava
Informações são de estudo publicado pelo Instituto de Potsdam para Pesquisa sobre Impacto das Mudanças Climáticas (PIK)
O impacto do aquecimento global nos episódios de chuvas torrenciais que podem provocar inundações catastróficas é muito maior do que mostram as previsões, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (27).
Para prever as consequências do aquecimento global, os cientistas utilizam modelos climáticos, mas, de acordo com este estudo, subestimam o aumento da intensidade e frequência das precipitações extremas.
Esta análise sugere que as consequências “podem ser muito piores do que pensávamos”, afirma em um comunicado Anders Levermann, do Instituto de Potsdam para Pesquisa sobre Impacto das Mudanças Climáticas (PIK), que realizou o estudo.
“As precipitações extremas serão mais fortes e frequentes. A sociedade precisa se preparar para isso”, acrescentou.
Segundo o estudo, os maiores aumentos ocorrerão em regiões tropicais e latitudes altas, como sudeste asiático e o norte do Canadá. Isso se deve sobretudo ao ar quente, que pode conter mais vapor de água.
O alerta, publicado na revista Journal of Climate, chega poucos dias antes do início da COP28, a conferência internacional anual sobre o clima realizada sob a égide da ONU.
Os pesquisadores compararam as previsões de um grande número de modelos climáticos com as mudanças observadas historicamente.
Usaram técnicas que permitiram filtrar quais mudanças estavam relacionadas às emissões de gases do efeito estufa provocadas pelas pessoas e quais não.
“Nosso estudo confirma que a intensidade e frequência das chuvas torrenciais aumenta exponencialmente a cada crescimento do aquecimento global”, destaca Max Kotz, principal autor do trabalho.
O estudo conclui que a alta das temperaturas é o que mais influencia nessas mudanças, e não outros fatores, como os ventos.
“A boa notícia é que isso facilita a previsão do futuro das precipitações extremas”, diz Levermann. “A má notícia é que vai piorar se seguirmos impulsionando o aquecimento global com a emissão de gases de efeito estufa.”
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