Guarda monitora fronteira entre paísesMario Tama/AFP

O México concordou com Biden e com o seu antecessor, o republicano Donald Trump, em acolher, pelo menos temporariamente, migrantes que tentassem entrar nos Estados Unidos.

Trump, favorito à nomeação republicana para enfrentar Biden nas eleições presidenciais de novembro de 2024, está fazendo campanha com uma mensagem anti-imigração, acusando os estrangeiros de “envenenar o sangue” do país, palavras do próprio Hitler, notaram os seus críticos.

Os republicanos recusam-se a apoiar um novo pacote de ajuda financeira à Ucrânia no Congresso se não forem tomadas medidas para impedir a migração.

A administração Biden alertou que, sem acordo, a Ucrânia ficará em breve sem as armas necessárias para se defender da invasão russa.

A proposta do Governo para convencer os republicanos inclui aumentar em 1.300 o efetivo total de agentes da Patrulha de Fronteira.

'Não existe varinha mágica'
Andrew Rudman, diretor do Mexico Institute do Wilson Center, em Washington, acredita que Blinken buscará um acordo com López Obrador para que tome medidas, como conceder-lhes autorizações de trabalho e, assim, manter os migrantes no México.

"O governo Biden quer mostrar que está fazendo tudo o possível" para impedir a migração, disse ele. "Um dos desafios é que todo mundo quer uma solução de curto prazo para um problema global de longa duração", mas "não existe uma varinha mágica".

"A maioria dessas pessoas migra porque acredita que a vida para elas será melhor nos Estados Unidos", acrescentou.

Grande parte dos migrantes é da América Central, embora nos últimos meses tenha aumentado o número de venezuelanos e de haitianos, que fogem da pobreza e da violência que assola seus países.

No domingo (24), uma caravana de milhares de migrantes partiu do sul do México, ante a impossibilidade de obter uma autorização que lhes permitisse atravessar o país para chegar aos Estados Unidos.

María Alicia Ulloa, uma hondurenha que faz parte desse grupo, pediu às autoridades americanas e mexicanas reunidas nesta quarta-feira que encontrem formas de ajudar os migrantes, uma vez que a situação em seus países de origem "também é crítica".

"Emigramos com a esperança de dar uma vida melhor para os nossos filhos e uma vida melhor para os familiares que ficam para trás", desabafou.