Prédio em Odessa após ataque russo contra a Ucrânia nesta sexta-feira, 29Reprodução/Kyiv Independent

Bombardeios russos contra várias cidades da Ucrânia deixaram, nesta sexta-feira, 29, pelo menos 26 mortos e 132 feridos, informaram autoridades ucranianas, advertindo que o número de vítimas pode aumentar.

"Cerca de 15 pessoas ficaram feridas, e cinco morreram" na região central do Dnipro, anunciou o governador regional, Sergiy Lisak. Outras autoridades locais relataram cinco mortes em Kiev, capital do país, duas em Odessa (sul), três mortes em Kharkiv (leste), uma em Lviv (oeste) e quatro em Zaporizhzhia. Os ataques danificaram edifícios, incluindo instalações médicas.
De acordo com o jornal Kyiv Independent foram utilizados cerca de 158 mísseis e drones no ataque durante a noite. O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yurii Ihnat afirmou que um bombardeio desta escala “não era visto há muito tempo”.
O presidente Volodymyr Zelensky afirmou que a maioria dos mísseis russos foi abatida e que o "ataque terrorista" iria ter resposta. O procurador-geral ucraniano, Andrii Kostin, informou que duas crianças de 6 e 8 anos estão incluídas entre as vítimas fatais.
"Hoje, a Rússia utilizou quase todos os tipos de armas de seu arsenal (...). No total, cerca de 110 mísseis foram disparados contra a Ucrânia, e a maioria deles foi abatida", disse Zelensky na rede X (ex-Twitter).
Já o chefe da Administração Militar de Kiev, Serhii Popko, pontuou que vários prédios de apartamentos, armazéns, um centro de escritórios, uma casa residencial e uma estação de metrô foram danificados em diferentes bairros. Segundo ele, a defesa aérea da Ucrânia abateu mais de 30 alvos aéreos na capital.
Retaliação contra ataque a navio russo
O ataque ocorreu três dias depois de Moscou ter reconhecido que o navio "Novocherkassk" foi danificado na última terça-feira, 26, devido a um bombardeio ucraniano em Feodosia, na península anexada da Crimeia. Esta semana ficou também marcada pelo anúncio do Exército ucraniano de uma retirada para os subúrbios de Marinka, cidade no leste do país, onde o Exército russo afirma ter conquistado.

Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira, 27, o desembolso de 250 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais na cotação atual) em ajuda militar à Ucrânia, o mais recente pacote de apoio disponível ao governo sem a aprovação do Congresso.

"Fazemos tudo o que podemos para reforçar o nosso escudo aéreo, mas o mundo deve ver que precisamos de mais ajuda e meios para deter este terror", acrescentou Yermak no Telegram.

A embaixadora dos Estados Unidos em Kiev, Bridget Brink, reforçou o pedido, afirmando nesta sexta que a Ucrânia precisa "dos fundos de ajuda neste momento". Nesse sentido, pressionou para que o Congresso americano valide o pacote anunciado pelo Executivo americano.

"A Ucrânia precisa de fundos de ajuda neste momento para continuar lutando pela liberdade e ante tanto horror em 2024", disse Brink na rede social X, poucas horas depois dos bombardeios russos.
Os atentados de sexta-feira ilustram "a horrível realidade" vivida pelos ucranianos, disse no X a coordenadora humanitária da ONU para a Ucrânia, Denise Brown, que denunciou "uma onda de ataques cheios de ódio". O governo francês condenou, por sua vez, a "estratégia de terror" da Rússia.
A Polônia garantiu que um míssil da Rússia entrou e saiu de seu espaço aéreo em direção ao território da Ucrânia, durante o amplo bombardeio russo contra várias cidades ucranianas.

"Tudo indica que um míssil russo entrou no espaço aéreo polonês. Nós detectamos com um radar. E depois saiu do espaço aéreo em direção à Ucrânia", disse o chefe do Estado-Maior do Exército polonês, general Wieslaw Kukula.
*Com informações da AFP
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