Javier Milei tomou posse como presidente da Argentina em dezembroJuan Mabromata / AFP
"Ele (Milei) tem um desafio muito grande, e muito difícil, eu disse a ele", afirmou Bukele, atualmente afastado do cargo por ser candidato à reeleição, durante fórum na rede social X com pouco mais de 3.000 pessoas de diferentes países da América Latina.
— Nayib Bukele (@nayibbukele) January 4, 2024Na avaliação de Bukele, um dos maiores desafios para Milei "é que a Argentina tem um problema imenso de falta de divisas, uma espécie de bomba-relógio". O segundo problema é que "ele vai enfrentar um sistema que não concorda com ele".
"Ele pode ser o presidente, a pessoa com o cargo mais importante, politicamente falando, mas haverá um Congresso, um órgão judicial, um Tribunal Constitucional, e ele enfrentará realidades políticas como as que enfrentamos nos nossos primeiros dois anos de governo”, acrescentou.
Bukele lembrou que, nos seus primeiros dois anos de governo, teve de lidar com um Congresso de oposição e um sistema judicial que considerou adverso, e que, nesse cenário, "é difícil tentar dar soluções a um país que tem tantos problemas", quando "políticas em que tínhamos pensado nem sequer podem ser aplicadas".
"Eu disse a ele (Milei) que lhe desejava sorte, que lhe desejava o melhor e que esperava que ele pudesse superar esses obstáculos, o obstáculo da realidade e também o obstáculo do sistema que vai tentar bloqueá-lo. Não vai ser fácil", frisou.
Na quarta-feira, por exemplo, a Justiça argentina suspendeu a reforma do megadecreto de necessidade e urgência (DNU), apresentado por Milei e que entrou em vigor na sexta-feira passada. O texto modifica, ou revoga, mais de 300 normas.
"Não é fácil para ele, mas será nos próximos meses para ver como isso se desenrola e,tomara, para o bem da América Latina, espero que as coisas corram bem para ele. A situação na Argentina é muito difícil", concluiu Bukele.
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