Prédio em Kiev, capital da Ucrânia, após ser alvo de mísseis russos na terça-feira, 2Anatolii Stepanov / AFP
Denunciando uma "escalada significativa e preocupante" de apoio do regime de Pyongyang ao de Moscou, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, garantiu na tarde de quinta-feira, 4, que a Rússia utilizou mísseis fornecidos pela Coreia do Norte para atacar a Ucrânia.
"Nossas informações indicam que a Coreia do Norte forneceu recentemente à Rússia sistemas de lançamento de mísseis balísticos e vários mísseis balísticos", alguns dos quais foram usados posteriormente, em 30 de dezembro e novamente em 2 de janeiro, para realizar ataques contra a Ucrânia, disse Kirby em Washington.
Na manhã desta sexta-feira, porém, o porta-voz da Força Aérea Ucraniana, Yuri Ignat, disse à televisão de seu país: "Até agora, não temos informações de que estes tipos de mísseis tenham sido usados".
"Os especialistas vão analisar os restos, e então poderemos dizer se isso é um fato, ou não. Ainda não posso confirmar", acrescentou. Os Estados Unidos são o principal apoio militar e financeiro da Ucrânia desde o início da invasão russa, há quase dois anos.
Segundo Kirby, que não forneceu provas, as forças russas lançaram pelo menos um dos mísseis fornecidos pela Coreia do Norte em 30 de dezembro, que pousou em um campo aberto na região de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia.
Depois, dispararam "múltiplos" mísseis balísticos como parte de um ataque aéreo maciço em 2 de janeiro, que deixou seis mortos em Kiev, nos arredores da capital do país e na cidade de Kharkiv, no leste.
As forças russas realizam bombardeios intensivos há dias nas principais cidades ucranianas, com o objetivo, segundo os especialistas, de extenuar a população e desgastar as defesas antiaéreas da Ucrânia.
Nesta sexta-feira, o Exército ucraniano relatou 29 ataques russos com drones explosivos durante a noite, dos quais 21 foram derrubados pelo seu sistema de defesa aérea.
A Rússia também pretende comprar mísseis do Irã, disse o porta-voz americano.
Grande aliado europeu dos Estados Unidos, o Reino Unido considerou que o recurso da Rússia às armas norte-coreanas "é sintomático de seu isolamento no cenário mundial e um sinal de desespero".
Em outubro, os Estados Unidos afirmaram que a Coreia do Norte havia entregado mais de 1.000 contêineres de equipamento militar e munições à Rússia.
A Coreia do Sul também estimou que a Coreia do Norte forneceu à Rússia mais de um milhão de projéteis de artilharia em troca de assessoramento para seus satélites.
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