Donald Trump, ex-presidente dos EUAEduardo Muñoz Alvarez/AFP
Funcionários da Arábia Saudita, Índia, Turquia e República Democrática do Congo estão entre os cerca de 20 países que gastaram com negócios hoteleiros e imobiliários de Trump durante seu mandato, segundo um relatório dos democratas no Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes. Essa receita de governos estrangeiros violou uma proibição constitucional sobre pagamentos do exterior.
“Como presidente, Donald Trump aceitou mais de 7,8 milhões de dólares em pagamentos de Estados estrangeiros e de seus líderes, incluindo alguns dos regimes mais desagradáveis do mundo”, ressalta o relatório, intitulado Casa Branca à Venda. “Sabemos apenas” que, nos dois primeiros anos de Trump na Casa Branca, houve pagamentos de cerca de 20 nações a 4 das mais de 500 empresas do então presidente.
No caso da China, o relatório aponta que Pequim, bem como empresas como banco ICBC e Hainan Airlines, gastaram 5,5 milhões de dólares (cerca de R$ 28 milhões) em propriedades de Trump. “O ex-presidente violou a Constituição quando as empresas de sua propriedade aceitaram essas remunerações pagas por Pequim sem o consentimento do Congresso”, diz o relatório.
Segundo os autores, o montante total poderia ser superior, uma vez que a cifra de 5,5 milhões de dólares se baseia apenas nas declarações da Mazars, empresa de contabilidade de Trump, e em documentos apresentados ao regulador financeiro americano.
Em uma despesa de 27 de agosto de 2017, uma delegação da embaixada chinesa gastou 19.391 dólares (R$ 94.833) no Trump International Hotel, em Washington.
O relatório também afirma que "a Arábia Saudita desembolsou pelo menos 615.422 dólares [cerca de 2 bilhões de reais] em pagamentos proibidos a empresas do ex-presidente Trump durante o seu mandato, apenas com a Trump World Tower e a estadia de março de 2018 no Hotel Trump International de Washington D.C.
Questionado sobre o relatório em uma coletiva de imprensa habitual, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse não ter "nenhuma informação sobre o assunto".
"Aconselho os políticos americanos preocupados a não atacarem a China em todas as oportunidades", acrescentou.
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