Migrantes tentavam chegar às Ilhas Canárias passando pelo Atlântico no Noroeste da ÁfricaAFP
Este número, que praticamente triplicou em relação a 2022, quando eram 2.390, é "o registro mais alto" da ONG desde que iniciou as suas contagens, disse à imprensa em Madri a sua coordenadora, Helena Maleno, que criticou a falta de recursos para as equipes de resgate no mar.
A título de comparação, um relatório da ONG publicado no ano passado registrou 11.200 migrantes mortos ou desaparecidos enquanto tentavam chegar à Espanha entre 2018 e 2022, uma média de seis por dia.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM), que se baseia em testemunhos indiretos e artigos de imprensa, contabilizou mais de 1.200 mortos ou desaparecidos nas rotas migratórias para a Espanha.
A OIM destaca, no entanto, que os seus números são "provavelmente" muito subestimados, devido à dificuldade de documentar estes naufrágios e o fato de a maioria dos corpos nunca serem encontrados.
Principal origem: Senegal
Caminando Fronteras, que baseia os seus relatórios em pedidos de socorro de migrantes no mar ou de suas famílias, contou 363 mulheres e 384 crianças entre as vítimas do ano passado.
A grande maioria dos desaparecimentos de quem tentava chegar à Espanha (6.007 do total) ocorreu na perigosa rota entre as costas do noroeste de África e as Ilhas Canárias, no oceano Atlântico.
Uma travessia de várias centenas de quilômetros e de vários dias ou semanas que os emigrantes realizam em embarcações precárias.
Caso se desviem um pouco a oeste, não encontrem as Ilhas Canárias e não forem resgatados, estarão muito provavelmente condenados a morrer em um naufrágio ou de fome, sede e hipotermia.
Segundo a ONG, a maioria dos migrantes desaparecidos (3.176) partiu do litoral do Senegal. A ONG também contabilizou 611 mortos ou desaparecidos no ano passado na rota migratória que liga Marrocos e a Argélia à costa sul da Espanha.
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