secretário de Estado da Cultura da Itália, Vittorio SgarbiReprodução: redes sociais

O Ministério Público da Itália anunciou, nesta terça-feira (9), que abriu uma investigação contra o secretário de Estado da Cultura, Vittorio Sgarbi, que exibiu em uma exposição um quadro supostamente roubado, acusações que ele nega.
Vittorio Sgarbi, famoso historiador e crítico da arte, nomeado no governo de Giorgia Meloni, teria ocultado a origem ilícita da pintura "A Captura de São Pedro", disse à AFP o Ministério Público de Macerata (centro).
O MP fez o seu anúncio após a transmissão na emissora pública Rai de uma reportagem sobre o quadro do artista italiano do século XVII Rutilio Manetti, presente em uma exposição organizada por Sgarbi em 2021 e quase idêntico a um roubado em 2013.
Seu proprietário denunciou à polícia o roubo da pintura em seu castelo, acrescentando que ela havia sido recortada e retirada de sua moldura.
Segundo o programa Report, poucas semanas antes do roubo, um homem havia entrado em contato com o proprietário com a intenção de comprar o quadro. Este homem foi identificado pela emissora Rai como um amigo de Sgarbi.
No mesmo ano, aquele homem deu uma tela recortada a um restaurador, que disse a Rai que se tratava da pintura roubada do castelo.
A pintura foi exposta por Sgarbi em 2021 e tinha apenas uma pequena diferença em relação à original: uma vela no canto superior esquerdo. Segundo o restaurador, esse detalhe foi acrescentado após o roubo, para desviar suspeitas.
Vittorio Sgarbi rejeitou energicamente as acusações. Ele afirma ter encontrado o quadro em uma vila, antiga propriedade de uma família nobre e onde teria se hospedado o papa Inocêncio X, comprado por sua mãe em 2000.
"Não tem mistério, há dois quadros", disse ele na noite de segunda-feira ao canal privado Rete 4. Segundo ele, o quadro roubado em 2013 é uma "cópia" que data do século XIX, enquanto o seu é original.
Sgarbi é alvo de outra investigação, aberta em outubro pelo órgão de fiscalização da concorrência italiano, por ter cobrado para comparecer em conferências, prática proibida a membros do governo.