Obras feitas pelo Haiti em rio que divide os países gera polêmica Reprodução/Diario Libre

A República Dominicana e o Haiti retomaram as negociações sobre a disputa pelo uso das águas do rio comum, que levou ao fechamento parcial da fronteira, informou o governo em Santo Domingo nesta quinta-feira (11).
As delegações lideradas pelos chanceleres Roberto Álvarez e Jean Victor Geneus se reuniram na terça e quarta-feiras desta semana na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, conforme o comunicado divulgado pelo Ministério dominicano das Relações Exteriores.
As partes "exploraram diversas opções para chegar a uma solução justa, equitativa e razoável", indicava o texto.
As históricas tensões fronteiriças entre a República Dominicana e o Haiti aumentaram nos últimos meses com a construção, por parte de operadores privados haitianos, de um canal que extrai água do compartilhado rio Dajabón, também conhecido como "Massacre".
No encontro em Washington, ambos os países "concordaram sobre a necessidade de realizar um estudo técnico com o apoio de uma organização internacional qualificada, selecionada de comum acordo, para determinar a realidade hidrológica, ambiental e social da bacia do rio Dajabón/Massacre, tanto no lado oriental dominicano como no lado ocidental haitiano", afirma o comunicado.
"Dispuseram-se a continuar a conversa em uma próxima oportunidade", acrescenta, sem especificar prazos.
A República Dominicana, que construiu um muro fronteiriço de 174 quilômetros ao longo da fronteira com o Haiti, fechou parcialmente a fronteira no ano passado em represália pela construção do canal, permitindo apenas o comércio de bens essenciais.
No final de 2023, os haitianos protestaram pelo fechamento, enquanto Porto Príncipe denunciou a presença de militares dominicanos em seu território.