Empresa quirguistanesa é investigada por fazer 'propaganda da guerra'Reprodução
Diretoras de veículo de comunicação no Quirguistão são presas em investigação sobre guerra na Ucrânia
País é uma ex-república soviética
As autoridades de segurança do Quirguistão realizaram nesta segunda-feira (15) uma operação em um dos veículos de comunicação privados mais importantes do país e prenderam duas diretoras, no âmbito de uma investigação que os jornalistas afirmam estar relacionada a artigos sobre o conflito na Ucrânia.
"Uma busca foi realizada nas instalações da agência de notícias 24.KG, no contexto de uma investigação sobre propaganda de guerra", informou o serviço de informações do Comitê Nacional de Segurança do Quirguistão (GKNB).
Agentes mascarados entraram na sede da 24.KG e levaram as diretoras em uma van sem placa, conforme imagens publicadas nas redes sociais.
O veículo de comunicação enfrenta acusações criminais por um suposto artigo publicado sobre a guerra na Ucrânia, afirmou sua editora-chefe, Mahinur Niyazova, antes de ser levada para dentro da van.
"Acontecimento preocupante. Os serviços de segurança cercaram o escritório", declarou nas redes sociais o jornalista da RFE/RL Kubat Kasimbekov, acrescentando que a diretora-geral da 24.KG, Asel Otorbaeva, também foi presa.
O Quirguistão, uma ex-república soviética onde a liberdade era maior do que em outros países da Ásia Central, tem enfrentado uma crescente repressão à imprensa nos últimos anos.
Os meios de comunicação Kloop Media e Radio Azattyk, financiados pelos Estados Unidos, foram processados pelo governo no ano passado, fazendo o Quirguistão cair 50 posições no ranking mundial da liberdade de imprensa.
A operação contra a 24.KG ocorre quatro dias depois de as forças de segurança prenderem dezenas de pessoas, suspeitas de terem vínculos com o ativista opositor exilado Tilekmat Kurenov e com o empresário Imamidin Tashov.
A Associação Internacional de Direitos Humanos, com sede em Bruxelas, classificou a operação nos escritórios da 24.KG como uma "ação muito preocupante".
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.