Pelo menos 25 das 30 praias da região continuam contaminadas, segundo o Ministério da SaúdeReprodução/Agência Brasil
Pescadores protestam no Peru contra Repsol dois anos após vazamento de petróleo
Manifestantes reivindicaram a remediação do leito marinho e uma indenização financeira para cerca de 3.000 afetados
Dezenas de pescadores artesanais protestaram nesta segunda-feira (15) em frente à empresa espanhola Repsol, em Lima, marcando dois anos do vazamento de cerca de 12.000 barris de petróleo que contaminou as costas do norte do Peru.
Com faixas contra a empresa petrolífera ("Repsol ecocida", "Repsol assassina", "O mar exige justiça"), os manifestantes reivindicaram a remediação do leito marinho e uma indenização financeira para cerca de 3.000 afetados.
"As praias estão contaminadas, não há repovoamento de peixes e não podemos trabalhar há dois anos", disse à AFP Anthony Chumpitaz, presidente da Associação de Pescadores da praia Cavero, uma das mais impactadas pelo vazamento no distrito de Ventanilla, ao noroeste da capital.
Pelo menos 25 das 30 praias da região continuam contaminadas, segundo o Ministério da Saúde.
"Até agora não vimos uma remediação no leito marinho. O petróleo segue sedimentado. Queremos que seja retirado porque continua matando espécies", declarou o pescador José Llacuachaqui à AFP.
A Repsol, por sua vez, assegurou em comunicado recente que já realizou as tarefas de reparo: "A água do mar e as praias afetadas cumprem há muito tempo os mais altos padrões de qualidade ambiental e são adequadas para o retorno das atividades turísticas e pesqueiras na área".
O vazamento ocorreu em 15 de janeiro de 2022, quando o navio "Mare Doricum", de bandeira italiana, descarregou petróleo na refinaria de La Pampilla, na costa, 30 km ao norte de Lima.
O petróleo se espalhou por águas e costas até 140 km ao norte da refinaria, resultando na morte de uma quantidade indeterminada de peixes, aves e mamíferos marinhos.
As atividades pesqueiras e turísticas na região têm sido prejudicadas desde o incidente, considerado a pior emergência ambiental já registrada no Peru.
De Londres, a firma britânica de advocacia Pogust Goodhead anunciou na quinta-feira que apresentou uma denúncia em um tribunal dos Países Baixos contra a Repsol, pedindo 1 bilhão de libras (6,19 bilhões de reais) de indenização pelo vazamento nas costas do Peru.
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