Polícia espanhola afirmou que ainda não conseguia confirmar a história do 'golpe do amor'Divulgação / Policia Nacional
O suspeito, de 43 anos, "se apresentou de forma voluntária" em um quartel próximo na noite de domingo, "reconhecendo sua participação nos fatos relacionados com o triplo homicídio ocorrido no interior de uma casa em Morata de Tajuña", indicou a Guarda Civil.
Os corpos das duas irmãs e do irmão – que tinha deficiência – foram encontrados na quinta-feira em sua casa nesta localidade, a cerca de 36 quilômetros de Madri, no sentido sudoeste. Os vizinhos alertaram as autoridades que não viam os irmãos há muito tempo e as forças de segurança acabaram invadindo a casa por ordem judicial.
Segundo explicaram à AFP fontes da Guarda Civil, ao entrar, encontraram os três corpos com sinais de violência, parcialmente queimados e empilhados. A principal hipótese após sua morte foi a de que se tratou de um acerto de contas por dívidas contraídas, acrescentaram estas fontes.
A identidade do detido nesta segunda-feira, que responde pelas iniciais D.H.F.C, "coincide com a do principal suspeito" dos agentes, "já que há antecedentes de ferimentos em uma das vítimas no ano passado", afirmaram os agentes em nota.
De acordo com o relato de vários vizinhos à imprensa espanhola, as duas irmãs teriam supostamente iniciado um relacionamento amoroso a distância com dois supostos militares americanos. Os golpistas supostamente fizeram-nas acreditar que um dos dois havia morrido e que o sobrevivente precisava de dinheiro para lhes enviar uma herança de um milhão de dólares (4,9 milhões de reais, na cotação atual), quantia que as irmãs enviaram até ficarem irremediavelmente endividadas.
As irmãs explicaram que receberiam "uma herança de sete milhões de euros" (7,6 milhões de dólares, 37,4 milhões de reais), disse um vizinho à TVE, explicando que as falecidas ignoraram os avisos dos vizinhos de que se tratava de um golpe.
Para conseguir o dinheiro, pediram empréstimos aos vizinhos e alugaram durante meses um quarto ao suspeito agora detido, informou o prefeito do município, Francisco Villalaín, à imprensa local.
Durante esse período, o paquistanês teria deixado-lhes pelo menos 50.000 euros (cerca de 54.400 dólares, cerca de 267.000 reais) que não lhe devolveram, portanto o suspeito teria agredido violentamente uma das irmãs e acabou passando alguns meses na prisão.
Ele permaneceu em prisão preventiva sem fiança até que seu caso chegou ao tribunal em setembro e foi condenado a dois anos de prisão, a pagar uma multa de 2.900 euros (3.150 dólares ou 15.503 reais, na cotação atual) e a não se aproximar a menos 500 metros da vítima durante dois anos e seis meses.
No entanto, de acordo com a lei espanhola, a execução da pena até dois anos de prisão imposta por um primeiro crime fica automaticamente suspensa, portanto foi libertado após aceitar o pagamento de uma indenização, segundo o comunicado.
Fontes da Guarda Civil afirmaram naquele momento que não podiam corroborar a tese de um golpe amoroso.
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