OpenAI SEBASTIEN BOZON / AFP

A OpenAI, empresa criadora do ChatGPT, eliminou um bot que imitava a voz de um candidato à Presidência dos EUA, uma medida que reforça os limites do uso da Inteligência Artificial (IA) em campanhas políticas.
Um grupo político que apoia o congressista americano Dean Phillips encarregou uma empresa baseada em Miami de criar um chatbot que permitisse aos usuários interagir com o candidato por meio de um formato pergunta-resposta.
"Recentemente, eliminamos a conta de um desenvolvedor que estava violando conscientemente a política de uso de nossa API (ou plataforma), que não permite fazer campanhas políticas ou imitar um indivíduo sem seu consentimento", informou no sábado a OpenAI ao jornal The Washington Post.
O crescimento da IA generativa gerou temores de que a gente possa usar o ChatGPT e outras plataformas para provocar o caos político através da desinformação ou de clones feitos com IA, em particular pelo importante calendário eleitoral deste ano no mundo.
Como líder no setor, a OpenAI está sob um escrutínio especial motivado por estas preocupações. A companhia disse na semana passada que irá oferecer ferramentas aos usuários para diminuir a possibilidade de dano proveniente de sua tecnologia.
O "Dean-bot" foi criado como uma ferramenta de informação sobre o candidato às primárias do Partido Democrata que enfrenta o presidente Joe Biden.
A ferramenta é baseada na tecnologia da OpenAI, e foi removida depois que o The Washington Post a promoveu em um artigo.
O We Deserve Better, o grupo político por trás do bot, é co-liderado por um ex-membro da equipe de Sam Altman, diretor-executivo da OpenAI, e é financiado por investidores do Vale do Silício.
"Pedimos desculpas tanto à OpenAI quanto ao We Deserve Better por nosso erro", declarou a Delphi, startup encarregada de desenvolver o bot que foi eliminado da plataforma da OpenAI.