Donald Trump fez da economia um argumento de campanha em 2020Timothy A. Clary / AFP
Aqui estão três medidas que provavelmente estarão entre suas prioridades econômicas, se retornar à Casa Branca:
Tarifas e a guerra comercial com a China
A receita fiscal "seria usada para pagar a dívida", acrescentou, em uma entrevista ao seu ex-conselheiro econômico Larry Kudlow.
De acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), as tarifas sobre mercadorias que entram nos EUA estão atualmente em uma média de 3,4%, com disparidades de acordo com o produto e país de origem. Não se sabe, contudo, se essa "tarifa universal de 10%" substituiria, ou seria somada à já existente.
Esta "guerra comercial" seria o primeiro "elemento essencial" da política econômica de Trump, explicou o vice-presidente do Peterson Institute for International Economics (PIIE), Marcus Noland, em uma entrevista à AFP.
Sua preocupação é que isso "enfraqueça ainda mais o sistema de comércio internacional" e "prejudique ainda mais a OMC". Com consumidores lutando contra a inflação, os aumentos tarifários poderão elevar o preço dos bens importados. A China, em particular, deverá permanecer na mira do ex-presidente.
"Há muitas incógnitas", mas "Trump parece ter-se concentrado na guerra comercial com a China", disse à AFP Steven Hamilton, professor da Universidade George Washington.
"Na minha opinião, a prioridade econômica, se for eleito, seria consolidar esta reforma fiscal e desenvolvê-la", analisou Richard Stern, diretor da Heritage Foundation, um "think tank" de tendência republicana e muito proeminente durante o governo Trump.
Para Ben Ritz, diretor do Center for Funding America's Future - entidade que promove a responsabilidade fiscal -, "as peças centrais da agenda econômica de Trump serão as guerras comerciais e as reduções de impostos".
Segundo ele, o magnata "dirá que isso coloca dinheiro no bolso dos americanos", mas, "na realidade, apenas aumentará a nossa dívida, o custo dos empréstimos, os custos para os consumidores e provavelmente irá nos isolar internacionalmente de nossos aliados", alerta.
Indústrias verdes em risco
Trump está decidido a reduzi-la e a "maximizar a produção de combustíveis fósseis", afirmaram assessores do republicano ao Financial Times em novembro. Para Ritz, isso "sufocará" uma indústria de tecnologia verde em franca expansão, "que a IRA foi concebida para estimular".
Pelo lado conservador, contudo, a decisão parece justificada: "se sua motivação é tentar lutar contra a mudança climática, o correto é se livrar do IRA", segundo Stern, que acredita que o plano "desperdiçará" dinheiro público e privado para apoiar "tecnologias que já sabemos que não resolverão o problema".
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