Donald Trump tenta ser novamente presidente dos EUAMandel Ngan/AFP
O resultado representa um duro revés para Haley, que encarna a ala mais moderada do Partido Republicano, pois ocorre no estado que ela governou por seis anos.
Em um sinal de que o ex-presidente não considera mais Haley como uma ameaça, Trump não a mencionou em seu discurso da vitória. Ele preferiu apontar o atual presidente, o democrata Joe Biden, de 81 anos.
"Estaremos aqui em 5 de novembro e vamos olhar para Joe Biden, vamos olhar para ele bem nos olhos, ele está destruindo o nosso país. E vamos dizer: Joe, você está demitido. Saia", disse Trump para seu eleitorado na capital do estado, Columbia.
Assim como nas primárias anteriores, cujo objetivo é designar o candidato republicano às presidenciais, o ex-presidente se mostrou implacável.
Veículos de comunicação americanos divulgaram sua vitória segundos depois do fechamento das seções eleitorais, mas a margem do resultado ainda não foi divulgada. Apesar de seus problemas com a justiça, Trump, de 77 anos, é o grande favorito na corrida pela indicação republicana.
O resultado das primárias é claro. "Isto ilustra que ele é agora efetivamente o candidato republicano à presidência. A velocidade do resultado provavelmente aumentará a pressão sobre ela para se retirar da corrida", explicou David Darmofal, cientista político da Universidade da Carolina do Sul, à AFP.
O ex-presidente espera obrigar sua ex-embaixadora na ONU a jogar a toalha, como seus outros adversários fizeram, para concentrar-se em Biden, candidato à reeleição.
Biden reagiu ao resultado da Carolina do Sul com um breve comunicado, no qual alerta os americanos sobre "a ameaça que Donald Trump representa" para o futuro, enquanto o país "lida com os danos que ele deixou para trás".
'Não vou desistir'
A premissa de Haley é simples: "Não sobreviveremos a mais quatro anos de caos de Trump". No sábado, surgiu uma nova polêmica. Trump sugeriu que seus problemas judiciais fazem com que os afro-americanos simpatizem com sua candidatura.
"Os negros gostam de mim porque têm sido muito prejudicados e discriminados, e de fato me veem como se eu estivesse sendo discriminado", disse.
Haley qualificou estes comentários de "repugnantes". "É repugnante. Mas é isso que acontece quando sai do teleprompter. Esse é o caos que se avizinha com Donald Trump", disse em uma seção eleitoral.
Os democratas também se chocaram com a fala, devido à comparação entre os afro-americanos e a criminalidade.
"Durante a noite na Carolina do Sul, Donald Trump subiu ao palco para fazer comentários vergonhosos e racistas que exploram o ódio e a divisão que são o pior de nós", afirmou Biden em uma mensagem de sua campanha.
A próxima etapa das primárias será disputada em Michigan na próxima terça-feira. Os republicanos de Idaho e Missouri vão votar em 2 de março e os da Dakota do Norte, no dia 4, mas a data mais importante do calendário político americano será 5 de março, data da famosa Superterça.
Nesse dia, eleitores de 15 estados, incluindo Texas, Califórnia, Colorado e Virgínia, comparecerão às urnas simultaneamente no grande dia das primárias.
Em tese, as primárias podem prosseguir até julho, mas a equipe de Donald Trump prevê uma vitória "no mais tardar em 19 de março".
Trump quer iniciar o mais rápido possível a campanha para a revanche contra Joe Biden, o presidente democrata que disputa a reeleição, antes de mergulhar nos julgamentos em série que o obrigarão a alternar comícios e tribunais.
Então, por que Haley continua na disputa? "Ela está esperando para ver se Trump será afastado por uma decisão judicial ou por um problema de saúde”, disse à AFP o cientista político Larry Sabato, professor da Universidade da Virgínia. O primeiro julgamento criminal de Trump começará em 25 de março.
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