Faixa de Gaza é alvo de bombardeios desde a primeira quinzena de outubroSaid Khatib/AFP
Israel realiza eleições municipais adiadas pela guerra
Após o fechamento das seções de votação, a comissão eleitoral informou que a participação foi de 49%
Os israelenses votaram, nesta terça-feira (27), nas eleições municipais que inicialmente estavam previstas para o fim de outubro, mas que foram adiadas em duas ocasiões pela guerra contra o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.
Em meio a este conflito, cerca de 7,2 milhões de eleitores estavam convocados às urnas em Israel, em Jerusalém, nas colônias da Cisjordânia ocupada e em uma parte das Colinas de Golã anexadas.
Após o fechamento das seções de votação às 22h00 locais (17h00 em Brasília), a comissão eleitoral informou que a participação foi de 49%. No último pleito municipal, em 2018, a taxa de participação foi de 59,5%.
Ao longo do dia foram registrados alguns episódios de violência esporádica e alegações de fraude eleitoral nas imediações dos centros de votação. Pelo menos oito pessoas foram detidas, segundo a polícia.
O pleito foi adiado para novembro nas localidades do sul próximas da Faixa de Gaza, e nas do norte perto do Líbano, cenário diário de disparos entre o Exército e o movimento islamista Hezbollah.
No total, há quase 150.000 israelenses deslocados pela guerra e as hostilidades nessas duas regiões.
Dois candidatos eleitorais morreram no ataque cometido em 7 de outubro no sul de Israel por comandos do Hamas vindos de Gaza, que resultou na morte de pelo menos 1.160 pessoas, a maioria civis.
A ofensiva militar israelense lançada em represália contra o movimento islamista palestino em Gaza matou 29.782 pessoas, a grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa a Faixa desde 2007.
Por sua vez, o Exército israelense preparou um dispositivo para permitir a participação dos soldados destacados na Faixa de Gaza e perto do Líbano, que começaram a votar na semana passada.
Em ambas as regiões foram instaladas 925 urnas no total, para que "todos os soldados e reservistas" possam cumprir com seu dever eleitoral, assinalou o Exército.
O segundo turno do pleito estava previsto para 12 de março, mas foi antecipado para o dia 10 devido ao início, nesse mesmo dia, do ramadã, o mês sagrado na tradição muçulmana.
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