Na vida selvagem, fora dos cativeiros, os elefantes vivem, em média, entre 60 e 70 anosReprodução
Pesquisa aponta rito fúnebre entre elefantes após a morte de filhotes
Em cada caso, os cientistas observaram que o grupo transportava o morto pela tromba e patas antes de enterrá-los deitados
Os elefantes asiáticos enterram seus filhotes mortos e choram ruidosamente, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores indianos, que detalha comportamentos semelhantes aos rituais fúnebres dos humanos.
Os pesquisadores identificaram cinco locais no norte de Bengala, na Índia, onde elefantes asiáticos enterraram filhotes mortos em 2022 e 2023, conforme indica o estudo publicado nesta semana no Journal of Threatened Taxa.
Os cinco filhotes - de menos de três meses a um ano - morreram devido à falha de um órgão. Em cada caso, os cientistas observaram que o grupo transportava o morto pela tromba e patas antes de enterrá-los deitados.
Em uma das vezes, o grupo emitiu trombetas ruidosas ao redor do filhote estendido no chão, segundo os autores do estudo. A pesquisa indica que apenas as crianças são enterradas dessa forma, pois o transporte de adultos mortos "não é possível" devido ao tamanho e peso.
Os autores Parveen Kaswan e Akashdeep Roy afirmaram que suas pesquisas não revelaram "nenhuma intervenção humana direta" no enterro de cada um dos cinco elefantes.
No terreno onde foram enterrados e no local onde foram sepultados haviam marcas explícitas de entre 15 a 20 elefantes. Os elefantes enterraram os filhotes nos canais de irrigação de plantações de chá, a centenas de metros de áreas habitadas por humanos.
Os elefantes são conhecidos por seu comportamento social e cooperativo, mas o enterro dos filhotes só havia sido "estudado brevemente" entre os elefantes africanos. O fenômeno ainda não havia sido explorado entre seus primos asiáticos, indica a pesquisa.
Apesar de não ser novidade que os elefantes selvagens da África e da Ásia visitam os restos de seus congêneres adultos durante os diferentes estágios de decomposição, este estudo revelou comportamentos diferentes.
Nos cinco casos, o grupo "deixou o local 40 minutos após o enterro" e evitou retornar à área, usando rotas de migração paralelas.
Os elefantes da Ásia estão na lista de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza. Cerca de 26.000 devem viver na natureza, especialmente na Índia, e alguns no sudeste asiático, segundo estimativas.
Na vida selvagem, fora dos cativeiros, os elefantes vivem, em média, entre 60 e 70 anos.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.