Casa Branca, sede do governo dos EUADivulgação
Casa Branca diz que cessar-fogo em Gaza 'depende do Hamas'
Porta-voz afirma que foi feita uma proposta, mas não deu detalhes
A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira, 8, que os negociadores apresentaram ao Hamas uma proposta de acordo de cessar-fogo em Gaza e de libertação de reféns, mas a responsabilidade de fazer isso acontecer recai sobre o grupo palestino.
As negociações do fim de semana no Cairo entre o chefe da CIA, William Burns, Israel, Hamas e Catar foram "sérias", mas é muito cedo para dizer se darão frutos, afirmou.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse a repórteres: "Uma proposta foi feita ao Hamas e estamos aguardando a sua resposta".
"Agora depende do Hamas alcançar isso", afirmou por telefone, referindo-se ao cessar-fogo. Kirby se recusou a entrar em detalhes porque, segundo ele, "seria uma das maneiras mais seguras de prejudicá-lo".
Essa foi a primeira confirmação oficial dos EUA de que Burns, diretor da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês), viajou à capital egípcia para participar nas negociações.
O presidente americano, Joe Biden, enviou Burns poucos dias depois de um telefonema com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no qual o advertiu que poderia mudar sua política se não fossem tomadas mais medidas para proteger os civis em Gaza.
A advertência veio depois que sete trabalhadores humanitários de uma ONG americana morreram em um ataque israelense com drones.
Durante a ligação, Biden também pressionou Netanyahu sobre o cessar-fogo. Segundo Kirby, Israel está tomando mais medidas para levar ajuda a Gaza, como Biden também exigiu.
No domingo, "entraram 300 caminhões e isso é um avanço", disse ele. "Mas obviamente precisamos que este número aumente e seja mantido para realmente resolver a grave situação humanitária em Gaza", acrescentou.
Além disso, a Casa Branca receberá em breve autoridades israelenses para expressar as suas preocupações sobre um plano ofensivo na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Kirby disse que não há indícios de que o anúncio de Israel de que está retirando suas tropas de Khan Yunis, no sul de Gaza, signifique que lançará operações em Rafah.
"Eles deixaram claro que estas tropas estiveram no terreno durante quatro meses consecutivos de combates e que precisavam se reequipar e descansar", disse.
"Não apoiamos uma grande operação terrestre em Rafah. Nem vemos qualquer sinal de que uma operação terrestre tão grande seja iminente, nem que estas tropas estejam sendo reposicionadas para esse tipo de operação", acrescentou.
No entanto, o primeiro-ministro israelense afirmou, nesta segunda-feira, que já tem uma data para sua ofensiva em Rafah.
Netanyahu não especificou a data da invasão, mas reiterou que a vitória contra o Hamas "requer a entrada em Rafah e a eliminação dos batalhões terroristas que estão lá. Isso vai acontecer, há uma data".
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