Governo de Gustavo Petro tenta há mais de um ano renegociar a paz AFP

Dois investigadores do Ministério Público da Colômbia foram sequestrados no sudoeste do país pelo Estado-Maior Central (EMC), maior facção das dissidências das Farc que rejeitaram o acordo de paz de 2016, informaram autoridades neste sábado (20).
Os rebeldes admitiram que sequestraram os funcionários com uma acompanhante na sexta-feira, na zona rural do município de Santander de Quilichao, departamento de Cauca, e que os reféns passam bem.
Segundo os dissidentes, os investigadores “foram surpreendidos em um posto de controle e registro com duas armas carregadas, além de dispositivos eletrônicos para colher informações".
"Esperamos, por meio de órgãos internacionais, que se possam gerar as condições de segurança para a sua libertação”, acrescentou a organização.
O Ministério Público condenou "a retenção inaceitável” e pediu “respeito à vida e integridade” das vítimas. O governo de Gustavo Petro tenta há mais de um ano renegociar a paz com os dissidentes. Uma série de ataques contra civis e a força pública em meio à trégua firmada no fim do ano passado esgotou a paciência do presidente.
Os diálogos começaram a se diluir no mês passado, quando o governo decretou o fim do cessar-fogo bilateral em três departamentos do sudoeste do país, após o assassinato de uma líder indígena pelos rebeldes.
Em 2022, a inteligência militar estimava a força do EMC em cerca de 3.500 combatentes. A organização obtém receita do narcotráfico e da mineração ilegal.