Bandeira de CubaAFP
EUA retiram Cuba de lista de países 'que não colaboram completamente' contra terrorismo
Cuba figurou na lista do ano passado devidoà sua negativa a extraditar para a Colômbia militantes da guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN)
Os Estados Unidos retiraram, nesta quarta-feira (15), Cuba e mantiveram a Venezuela no grupo de países que não cooperam plenamente com sua luta antiterrorista, mas Havana continua na lista de Estados patrocinadores do terrorismo.
Em um relatório transmitido ao Congresso, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirma que quatro países - Irã, Coreia do Norte, Síria e Venezuela - "não cooperam plenamente" com a luta antiterrorista.
Cuba figurou na lista do ano passado devido, segundo o Departamento de Estado, à sua negativa a extraditar para a Colômbia militantes da guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN).
O primeiro presidente de esquerda da Colômbia, Gustavo Petro, suspendeu, desde então, os mandados de prisão contra os guerrilheiros, assinala o Departamento de Estado.
"Ademais, Estados Unidos e Cuba retomaram a cooperação em matéria de aplicação da lei em 2023, incluída a luta contra o terrorismo", disse um porta-voz do Departamento de Estado.
Isso levou o governo do presidente Joe Biden a concluir que "já não é apropriado" incluir Cuba entre os países "que não cooperam plenamente".
O governo cubano, por sua vez, não tardou a reagir.
"Os Estados Unidos acabam de admitir o que é conhecido por todos: que Cuba colabora plenamente com os esforços contra o terrorismo", escreveu na rede social X o chanceler cubano Bruno Rodríguez.
"Deveriam cessar toda a manipulação política do tema e pôr fim à nossa arbitrária e injusta inclusão na lista de países patrocinadores do terrorismo", acrescenta.
A relação entre os dois países é tensa.
Durante mais de seis décadas, Washington impôs a Cuba um embargo que o ex-presidente Donald Trump (2017-2021) endureceu ao voltar a incluir a ilha em sua lista de patrocinadores do terrorismo, uma medida que obstaculiza as transações comerciais e os investimentos porque as empresas se expõem a sanções americanas.
Seu sucessor, o democrata Biden, a manteve nessa lista, e parece pouco inclinado a se reconciliar com Cuba, sobretudo depois da repressão contra manifestações antigovernamentais na ilha.
Biden prometeu aos congressistas americanos que não retiraria Cuba da lista de Estados patrocinadores, da qual também fazem parte Irã, Coreia do Norte e Síria.
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