Fundo Monetário Internacional (FMI)AFP

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta terça-feira (21) que o Peru deixou o seu programa de crédito flexível (LCM), uma linha de apoio aprovada durante a pandemia de covid-19, ao qual Lima não precisou recorrer.
A saída, que deverá ser ratificada no domingo, tornou o país o segundo a abandonar o programa, depois da Polônia.
Este tipo de mecanismo representa o apoio econômico oferecido aos países emergentes com bases econômicas sólidas, o que lhes permite enfrentar crises inesperadas, como catástrofes climáticas ou sanitárias, entre outras.
Os países dispõem de uma linha de crédito aberta previamente aprovada, da qual podem utilizar parte ou a totalidade do valor disponível em caso de necessidade por situações excepcionais.
A LCM do Peru foi aprovada em maio de 2020, no início da pandemia de coronavírus que atingiu duramente o país. Deixou então cerca de 10 bilhões de dólares (R$ 51,5 bilhões na cotação da época) disponíveis para o país sul-americano.
O FMI também publicou os resultados das suas consultas do "Artigo IV" para o Peru, uma revisão da saúde econômica do Estado, na qual destacou a recuperação da economia peruana apesar das tensões sociais no início de 2023 e dos efeitos da mudança climática em seu território.
O crescimento econômico deverá se recuperar este ano e atingir 2,5%, depois do impacto do El Niño, que provocou uma seca particularmente intensa no sul do continente americano.
A inflação no país deverá passar de 6,3% em 2023 para 2,3% este ano.
O Peru tem um nível suficiente de reservas monetárias, uma dívida externa fraca e uma gestão orçamentária "prudente", segundo o FMI, que destaca um déficit fiscal de apenas 1,5% do PIB no ano passado.
A organização financeira exaltou ainda "o marco institucional e os fundamentos econômicos muito sólidos" do país andino e "a consistência na adoção de reformas macroeconômicas essenciais, apesar das tensões sociais".