Mulher segura cartaz com 'tragam eles de volta pra casa agora' durante protesto em Jerusável na quarta-feira (22)Ahmad Gharbali / AFP

Mais de sete meses depois do ataque do movimento islamista palestino Hamas em Israel, no qual morreram 1.170 pessoas e mais de 250 foram sequestradas, 121 reféns permanecem em cativeiro em Gaza, segundo dados compilados pela AFP.

Do total de sequestrados, 112 foram libertados com vida e 19 corpos foram repatriados. Entre os que permanecem em cativeiro, 84 estão vivos e as autoridades israelenses suspeitam que 37 estão mortos.

As autoridades israelenses não divulgaram os nomes dos reféns em cativeiro, mas a AFP os identificou, graças principalmente à sua rede de jornalistas, em contato constante com as famílias dos reféns, e à imprensa israelense.

Os números abaixo se baseiam nos dados compilados pela AFP.

112 libertados, 19 corpos repatriados 
Até agora, das 252 pessoas que foram sequestradas, algumas já mortas quando levadas ao território palestino, 121 continuam nas mãos do Hamas e aliados, segundo números recentes das autoridades israelenses, e 112 foram libertadas com vida.

Entre os libertados, há 33 menores, 49 mulheres e 30 homens, em sua maioria agricultores tailandeses. A maioria foi libertada em novembro durante uma trégua de uma semana na guerra entre Israel e Hamas, que eclodiu após o ataque de 7 de outubro, em troca de palestinos em prisões israelenses.

Israel repatriou corpos de 19 reféns, incluindo o franco-mexicano Orión Hernández Radoux, de 32 anos, e o israelense-brasileiro Michel Nisembaum, de 59, e três que morreram confundidos pelo Exército de Israel com combatentes do Hamas.

Também foi recuperado o corpo de Shani Louk, de 22 anos e dupla nacionalidade, alemã e israelense, que aparece em um vídeo gravado em 7 de outubro deitada de bruços na traseira de um veículo com homens armados.

84 vivos e 37 mortos continuam em Gaza 
Há 84 reféns que podem estar vivos em Gaza: 77 israelenses – alguns com mais de uma nacionalidade -, seis tailandeses e um nepalês. Além disso, os corpos de 37, incluindo 25 que morreram nos ataques e cujos corpos foram levados para a Faixa de Gaza, continuam retidos.

O Hamas anunciou várias mortes não confirmadas por Israel, incluindo a do bebê Kfir Bibas, que tinha nove meses quando foi raptado no kibutz de Nir Oz com a mãe Shiri, de 32 anos, e o irmão de quatro anos, Ariel. Mais recentemente, anunciou a morte do israelense-britânico Nadav Popplewell, de 51 anos.

Kfir Bibas, o mais jovem em cativeiro, tornou-se um símbolo da situação dos reféns em Israel. O Hamas afirmou que os três – o bebê, a mãe e o irmão – foram mortos em um bombardeio israelense em Gaza.

O marido de Shiri e pai das crianças, Yarden Bibas, 34 anos, também foi sequestrado. Os pais de Shiri, Yossi e Margit Silberman, da Argentina e do Peru, morreram no incêndio de sua casa em Nir Oz.

Além de Kfir e Ariel, não há outros reféns menores em Gaza.

Onze soldados
Além de Shiri Bibas, cuja situação é incerta, treze mulheres, entre 18 e 39 anos, podem estar vivas nas mãos de militantes islamistas.

Entre elas, cinco mulheres de 18 e 19 anos, que cumpriam serviço militar quando foram raptadas, foram excluídas da troca por prisioneiros em novembro por serem militares.

Na quarta-feira, o Fórum de Familiares de Reféns divulgou um vídeo que mostra o sequestro das cinco militares em 7 de outubro. A elas se somam seis militares homens entre 18 e 22 anos, em serviço militar durante o ataque. Também há 71 homens em cativeiro que estariam vivos.

Sobreviventes do festival
Entre os reféns sobreviventes em Gaza, ao menos 26 foram sequestrados durante o ataque ao festival de música Nova, com público de 3.000 pessoas. Apenas cinco foram libertados com vida em novembro. Além dos reféns, uma pessoa continua desaparecida, segundo as autoridades.