Presidente da Ucrânia comemora autorização do uso condicional de armas dos EUA contra território russo AFP
Na quinta-feira, um alto funcionário americano revelou que o presidente Joe Biden deu sinal verde para que a Ucrânia use essas armas contra alvos fronteiriços à ex-república soviética, "com fins de contra-ataque na região de Kharkiv", que enfrenta uma ofensiva russa.
"É um passo adiante em direção ao objetivo (...) de defender o nosso povo que vive nos vilarejos localizados ao longo da fronteira" com a Rússia, afirmou Zelensky durante a terceira cúpula Ucrânia-Europa do Norte em Estocolmo.
As potências ocidentais mostraram seu apoio crescente, sob certas condições, ao uso de suas armas pela Ucrânia contra áreas russas próximas à fronteira.
Após o anúncio dos Estados Unidos, a Alemanha também autorizou a Ucrânia a usar armas alemãs em território russo para se defender contra ataques russos, especialmente em Kharkiv.
O porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, lembrou que a Ucrânia tem o “direito” de se defender com as armas de que dispõe, “incluindo aquelas que lhe entregamos”.
A decisão de Biden é uma reviravolta, pois Washington temia anteriormente que essa autorização levasse a Otan a um conflito direto com a Rússia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que "já estão utilizando armas de fabricação americana para tentar efetuar ataques em território russo".
Essa é uma prova "da extensão do envolvimento dos Estados Unidos nesse conflito", acrescentou.
O chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, disse nesta sexta-feira que seu país continuaria a “adaptar” seu apoio militar à Ucrânia, mantendo sua posição de proibir o uso de suas armas dentro do território russo.
Também indicou que a Otan responderá ao aumento dos ataques híbridos russos cobtra vários dos países aliados, após um reunião informal dos chefes da diplomacia da Otan em Praga.
"Escalada"
No entanto, o secretário-geral da Otan minimizou as ameaças russas de escalada na Ucrânia e afirmou que isso é apenas parte dos “esforços” do “presidente” russo Vladimir Putin para impedir que os aliados da Otan apoiem a Ucrânia.
O secretário lembrou que outros países já apoiaram o uso de armas ocidentais para atacar o solo russo, como a França e o Reino Unido, embora alguns continuem se opondo, como a Itália.
O chanceler turco, Hakan Fidan, declarou que seu país apoia "a continuação de ajuda à Ucrânia", mas não quer "que a Otan participe dessa guerra".
Stoltenberg disse ainda que os aliados da Otan forneceram “aproximadamente 40 bilhões de euros (US$ 43,5 bilhões) por ano em assistência militar à Ucrânia” desde o início da invasão.
“Devemos manter pelo menos esse nível de apoio todos os anos, pelo tempo que for necessário”, disse ele.
Enquanto isso, os ministros das Relações Exteriores do G7, um grupo das sete maiores economias que reúne as principais potências ocidentais e o Japão, disseram nesta sexta-feira que estavam “gravemente preocupados” com a crescente cooperação entre a Rússia e a Coreia do Norte, instando o fim das "transferências ilegais de armas”.
880 km² conquistados
Nas últimas horas, seis pessoas foram mortas na cidade, informaram as autoridades regionais nesta sexta-feira, e 23 ficaram feridas anteriormente.
No momento, a situação na linha de frente não é favorável ao Exército ucraniano, que está enfrentando desgaste e falta de munição.
O ministro da Defesa da Rússia, Andrei Belorusov, disse que as forças russas tomaram 880 quilômetros quadrados na Ucrânia até agora neste ano, e 28 locais na região de Kharkiv em maio.
Apesar de seu progresso, a Rússia ainda não fez um avanço significativo nessa área.
Em Donetsk, uma região do leste da Ucrânia parcialmente sob o controle de Moscou, quatro pessoas foram mortas e outras duas feridas por bombardeios ucranianos na sexta-feira, de acordo com agências de notícias russas.
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