Elefantes organizam rituais fúnebres para enterrar seus filhotesReprodução
"A maneira com que os não humanos lidam com a morte e os mortos reflete o seu lado cognitivo e emocional", observa o artigo, que foi publicado na revista Journal of Threatened Taxa. Outros animais, como da ordem dos cetáceos (grupo de mamíferos marinhos do qual fazem parte as baleias) e primatas também apresentam fortes reações a mortes de seus filhotes. No caso dos elefantes, diz a pesquisa, o carinho em relação à cria ultrapassa o âmbito da mãe e atinge toda a manada.
Cinco covas
Isso indica que a manada arrastou as carcaças dos filhotes até um local considerado apropriado, com baixa presença humana e de animais carnívoros. A terra também precisava estar úmida para facilitar o escavamento. Por isso, eles levavam as carcaças até áreas de cultivo de chá, distantes de povoados.
Ritual coletivo
A posição em que o corpo foi deixado indica que os animais priorizaram a cabeça do filhote em vez dos pés no enterro. A pesquisa também afirma que os filhotes foram postos de forma delicada, com ajuda de vários membros da manada. Um comportamento que denota carinho e sociabilidade.
O estudo destaca que os elefantes são apegados a seus filhotes por conta da comprida gestação de 22 meses e por ter no organismo a presença de ocitocina, hormônio que promove contrações musculares uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação, também conhecido como hormônio que promove sentimentos de amor, união social e bem-estar.
Depois do enterro, os animais passavam a evitar a cova em seus trajetos, mesmo que para isso tivessem que percorrer um caminho paralelo ao local. O comportamento difere, por exemplo, dos elefantes africanos, que visitavam as covas em variados estágios de decomposição. Apesar das diferenças, em ambos os casos o local do sepultamento se mostrava importante para a manada.
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