Macron e Zelensky durante encontro na França na quinta-feira (6)Ludovic Marin / Pool / AFP

O Kremlin acusou nesta sexta-feira (7) a França de estar "disposta a participar diretamente no conflito" na Ucrânia, depois que o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou uma "nova cooperação" com Kiev, com o fornecimento de caças e programas de formação militar.
"Macron mostra apoio absoluto ao regime ucraniano e declara que a República Francesa está disposta a participar diretamente no conflito militar", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, às agências russas.
Na quinta-feira, Macron anunciou uma "nova cooperação" com Kiev, com o fornecimento de caças Mirage-2000 e treinamento para pilotos ucranianos na França nos próximos meses. Também indicou que a França propôs um treinamento para 4.500 soldados em território ucraniano.
O chefe de Estado francês negou que as medidas representem "um fator de escalada". Ele acrescentou que mesmo a opção de treinar soldados ucranianos na "região oeste, que é uma zona livre da Ucrânia", também não seria um gesto "agressivo".
Peskov, no entanto, considerou que as declarações de Macron foram "extremamente provocadoras" e "aumentam as tensões no continente e não contribuem com nada positivo".
A tensão entre França e Rússia aumentou desde que Macron mencionou a possibilidade de enviar instrutores franceses para a Ucrânia, sem descartar a opção de enviar militares.
O Kremlin respondeu que não descarta atacar soldados franceses caso eles sejam enviados para a Ucrânia.
Nesta sexta-feira, os procuradores russos pediram que um cidadão francês detido em Moscou, acusado de obter informações sobre as atividades militares da Rússia e de não ter registrado sua presença no país como "agente estrangeiro", permaneça preso enquanto durar o processo, informou à AFP seu advogado, Alexei Sinitsin.
A unidade moscovita do Comitê de Investigação Russo informou que um juiz decidirá sobre as "medidas preventivas" que devem ser adotadas a respeito do detido, Laurent Vinatier, funcionário de uma ONG com sede na Suíça especializada na mediação de conflitos.
Macron afirmou na quinta-feira que seu governo "acompanha (o caso) de perto" e que proporcionará "proteção consular" ao detido, que "de nenhuma maneira trabalhava para a França".