Devido ao conflito, ao menos 1,7 milhão de palestinos abandonaram GazaEyad Baba / AFP
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, em viagem ao Oriente Médio, desembarcou nesta quarta-feira no Catar, um dos três mediadores no conflito (ao lado dos Estados Unidos e do Egito) que, atualmente, examinam a resposta do Hamas ao plano para um cessar-fogo no território palestino.
Segundo o movimento islamista, a resposta que apresentou na terça-feira aos mediadores do Catar e do Egito, pede o "fim completo da agressão" contra Gaza.
Este plano, em três fases, foi anunciado em 31 de maio pelo presidente americano, Joe Biden, que o apresentou como uma proposta israelense.
A iniciativa contempla em uma primeira fase um cessar-fogo "imediato e completo", a troca de reféns por presos palestinos, a retirada do Exército israelense das áreas mais populosas de Gaza e a entrada de ajuda humanitária.
Até o momento, Israel não anunciou oficialmente a sua posição, mas Blinken destacou que primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanayhu, "reafirmou seu compromisso" em alcançar um cessar-fogo durante uma reunião na segunda-feira.
'Crimes contra a humanidade'
A comissão também acusou as autoridades israelenses e sete grupos armados palestinos, incluindo o braço armado do Hamas, de "crimes de guerra". A embaixada de Israel em Genebra acusou a comissão de "discriminação sistemática" contra o país.
A guerra em Gaza também provocou o aumento da violência na Cisjordânia ocupada, onde seis palestinos morreram na terça-feira, e na fronteira de Israel com o Líbano, onde os confrontos são frequentes entre o Exército israelense e o Hezbollah libanês, aliado do Hamas.
O Exército anunciou que quase 160 foguetes foram lançados do Líbano em direção a Israel na manhã de quarta-feira, depois que um bombardeio israelense matou um comandante do Hezbollah na véspera no sul do Líbano.
Depois que o Hezbollah reivindicou os disparos de "dezenas de (mísseis) Katiusha e de mísseis teleguiados", o comandante do comitê executivo do grupo, Hashem Safieddin, afirmou que o movimento vai "aumentar as operações em intensidade, potência, número e qualidade".
Na Faixa de Gaza foram registrados bombardeios no norte do território, onde sete pessoas morreram na Cidade de Gaza, segundo uma fonte médica e um correspondente da AFP. Em Rafah, no sul do território, uma criança morreu em um bombardeio que atingiu sua casa, afirmou um médico do hospital Nasser. A cidade de Khan Yunis também foi alvo de ataques.
A guerra começou em 7 de outubro, quando milicianos do grupo islamista Hamas assassinaram 1.194 pessoas e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.
Após mais de oito meses de guerra, a população da Faixa, onde a ajuda humanitária entra de maneira lenta, enfrenta o risco da fome. Devido ao conflito, ao menos 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes do território foram obrigados a abandonar suas casas.
'Um calendário'
Segundo uma fonte que acompanha as negociações, a resposta do Hamas contém "emendas" à proposta anunciada por Biden, "incluindo um calendário para um cessar-fogo permanente e a retirada total das tropas israelenses da Faixa de Gaza".
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