Secretário-geral da Otan, Jens StoltenbergAFP
"Pode parecer um paradoxo, mas o caminho para a paz envolve mais armas para a Ucrânia", disse Stoltenberg em uma visita a Washington.
Em sua agenda, está um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na tarde desta segunda, na Casa Branca.
Stoltenberg afirmou também que o presidente chinês, Xi Jinping, “tenta transmitir a impressão de que neste conflito está sentado no banco de trás, para assim evitar sanções e manter o comércio funcionando”.
“Mas a realidade é que a China está alimentando o maior conflito armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, e ao mesmo tempo, quer manter boas relações com o Ocidente”, declarou.
“Pequim não pode ter ambos. Em algum momento - e a menos que a China mude seu rumo - os aliados devem fazê-la pagar um preço. Deveria haver consequências”, disse o chefe da Aliança Atlântica.
A Otan, liderada pelos Estados Unidos, critica a ajuda à campanha militar russa fornecida pela China e suas empresas, que fornecem componentes e equipamentos para a reconstrução e manutenção do setor de defesa de Moscou.
Pequim sustenta que não oferece apoio armamentista a nenhum dos lados, ao contrário dos Estados Unidos e outros países ocidentais.
A China não esteve presente no fim de semana na Suíça para uma cúpula por um acordo de paz na Ucrânia, promovida pelo presidente Volodymyr Zelensky, que reafirmou o pedido de Kiev para que a Rússia retire suas tropas do território para pôr fim ao conflito.
A Rússia insiste que quer diálogo, mas que só participaria de negociações de paz se a Ucrânia se retirasse das quatro regiões em que Moscou assumiu o controle.
Stoltenberg destacou também que a Otan assumirá o apoio militar ocidental à Ucrânia, até agora comandado pelos Estados Unidos, conforme decidiram os ministros de Defesa da aliança na semana passada em Bruxelas.
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