Atentado só não aconteceu porque a arma falhou na hora de disparar contra a ex-presidente argentinaReprodução
A vice-presidenta da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, sofreu uma tentativa de atentado na noite desta quinta-feira (01). Segundo informações da imprensa local, o homem seria Fernando Andrés Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos. pic.twitter.com/YaHe08NxOg
— Futebol Albiceleste (@fut_albiceleste) September 2, 2022
"O julgamento chega com uma investigação incompleta porque ainda precisamos saber muitas coisas sobre as verdadeiras motivações e se houve outras pessoas envolvidas", disse um dos advogados de Kirchner, Marcos Aldazábal.
O advogado considerou em todo o caso que será "muito importante conhecer o contexto de como as coisas aconteceram", algo que espera que venha à luz durante as audiências que ocorrerão todas as quartas-feiras em um processo que pode durar até um ano e contará com mais de 300 testemunhas, incluindo a própria Kirchner.
Os acusados
Identificado como Fernando Sabag Montiel, de 37 anos, ele puxou o gatilho duas vezes sem que as balas saíssem e foi preso no local.
Sua namorada na época, Brenda Uliarte, que o acompanhou até as proximidades do local do incidente, foi presa dias depois, assim como Nicolás Carrizo, seu empregador como vendedor de doces e identificado como possível "planejador" do ataque.
Sabag Montiel, também motorista ocasional de uma locadora de carros e portador de tatuagens com símbolos nazistas, apresentava uma personalidade "narcisista" e um discurso "extravagante" com elementos de hostilidade a Kirchner, segundo especialistas.
Uliarte é acusada de ser "coautora" e instigadora, enquanto Carrizo é acusado de cumplicidade. Outras pessoas detidas como suspeitas foram libertadas à medida que avançava a investigação sobre a chamada "banda de los copitos", o grupo de vendedores ambulantes de algodão doce ao qual pertenciam os acusados.
Em meio às condenações públicas do ataque, adversários políticos, como a atual ministra da Segurança, Patricia Bullrich, ex-candidata presidencial pela força de direita Juntos pela Mudança, optaram pelo silêncio.
O ataque quebrou "um pacto democrático que é a base da democracia: o da não aceitação da violência contra o adversário", disse à AFP Iván Schuliaquer, formado em Ciência Política pela Universidade de Buenos Aires.
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