Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia e Vladimir Putin, presidente da RússiaReprodução
As forças russas, aproveitando a dificuldade do Exército ucraniano em recrutar homens e obter mais armas e munições das potências ocidentais, ganham terreno há meses no leste da Ucrânia. As tropas de Moscou reivindicaram a conquista de cinco vilarejos em vários setores do front desde sábado, 29.
As tropas de Moscou tomaram o vilarejo de Novopokrovske, na região oriental de Donetsk, e Stepova Novoselivka, em Kharkiv, no nordeste, segundo o Ministério da Defesa.
O primeiro vilarejo fica próximo a Ocheretyn, onde a Rússia conquistou rapidamente território nas últimas semanas, e o segundo está na direção de Kupiansk, um dos objetivos da ofensiva russa no nordeste.
O Exército russo já havia reivindicado no fim de semana a captura de outros três vilarejos, incluindo Sumy, perto da cidade mineradora de Toretsk, outro ponto central do ataque no leste.
Por outro lado, as autoridades ucranianas anunciaram nesta segunda a evacuação de mais de 700 habitantes de Toretsk, mas cerca de 5.000 pessoas ainda estão na cidade e "muitas delas estão tentando sair", informou a polícia pelo Telegram.
Pessoas sem eletricidade
Do lado russo, ataques com drones ucranianos provocaram cortes de eletricidade e água por várias horas na região fronteiriça de Belgorod e podem afetar outras áreas, de acordo com autoridades locais.
"Em Belgorod, houve restrições no fornecimento de energia desde esta manhã. Algumas partes da cidade estão sem abastecimento de água", disse o prefeito Valentin Demidov no Telegram.
O Ministério de Energia especificou que 240 mil pessoas foram afetadas pelos cortes de energia. Uma criança de quatro anos morreu e sete ficaram feridas nos ataques com drones ucranianos, disse o governador da região de Belgorod, Viacheslav Gladkov. Um civil foi morto por um projétil que caiu na vila de Novaia Tavoljanka.
Planos de paz
A Rússia também intensificou seus ataques contra as usinas elétricas ucranianas nos últimos meses, causando cortes de energia em todo o país.
Segundo o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, a Ucrânia perdeu metade de sua capacidade energética por conta desses ataques.
Em defesa no front desde o fracasso de sua contraofensiva no ano passado e a queda de Avdiivka em fevereiro, a Ucrânia pediu urgentemente às potências ocidentais que enviem novos sistemas antiaéreos para enfrentar os ataques russos.
Zelensky afirmou no final de junho que está trabalhando em um novo plano para encerrar o conflito, visando obter o "apoio da maioria" da comunidade internacional.
Seu homólogo russo, Vladimir Putin, propôs sua própria solução: que a Ucrânia ceda cinco regiões parcialmente ocupadas por Moscou e desista de ingressar na Otan, uma demanda de rendição rejeitada tanto por Kiev quanto pelas potências ocidentais.
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